Sermão nº 20 apresentado na
reunião da Conferência Geral de 1895
A.T. Jones
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O Sacrifício Eterno, O Eterno Propósito
Como Atender ao "Dai-Lhe Glória" -- Parte 1
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Em
João 17:4 a primeira cláusula do verso retrata as palavras de CRISTO naquela
oração por nós todos: "Eu Te glorifiquei na Terra". Na lição anterior
fomos levados a considerar o propósito de DEUS com respeito ao homem, inclusive
o Seu propósito eterno e que esse propósito se cumpre perante todo o universo
em JESUS CRISTO na forma de carne humana. O propósito da existência do homem é
glorificar a DEUS, e isso tem sido demonstrado perante o universo em JESUS
CRISTO, pois o eterno propósito de DEUS concernente ao homem foi proposto em
CRISTO e levado avante em CRISTO por todo homem, desde que o homem pecou, e Ele
diz: "Eu Te glorifiquei na Terra". Isso revela que o propósito de
DEUS na criação é que o homem O glorifique. E o que estudaremos esta noite é
como devemos glorificar a DEUS, como DEUS é glorificado no homem, e o que
representa glorificar a DEUS.
Quando
estudamos a CRISTO e vemos o que Ele fez e o que DEUS fez Nele, sabemos o que é
glorificar a DEUS. E Nele descobrimos qual é o propósito de nossa criação, qual
é o propósito de nossa existência, e, de fato, qual é o propósito da criação e
existência de cada criatura inteligente no universo.
Vimos
em lições precedentes que DEUS somente foi manifestado em CRISTO no mundo. O
próprio CRISTO não Se manifestou; Ele foi esvaziado e tornou-se nós próprios do
lado humano, e então DEUS, e DEUS somente, manifestou-Se Nele. Então, o que
significa glorificar a DEUS? É estar no lugar onde DEUS e DEUS somente será
manifestado no indivíduo. Este é o propósito da criação e da existência de cada
anjo e de cada homem.
Glorificar
a DEUS é necessário para cada um estar na condição e na posição em que ninguém,
senão DEUS, será manifestado, porque essa foi a posição de JESUS CRISTO. Assim,
disse Ele: "As palavras que Eu vos digo não as digo por Mim mesmo"
(João 14:10). "Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade; e,
sim, a vontade Daquele que Me enviou". "O PAI que permanece em Mim,
faz as Suas obras". (João 14:10). "Eu nada posso fazer de Mim
mesmo" (João 5:30). "Ninguém pode vir a Mim se o PAI que Me enviou
não o trouxer" (João 6:44). "Quem Me vê a Mim, vê o PAI: como dizes
tu: Mostra-nos o PAI?" (João 14:9). "Quem fala por si mesmo está
procurando a sua própria glória; mas o que procura a glória de quem o enviou,
esse é verdadeiro e Nele não há injustiça". (João 7:18).
Portanto,
Ele disse: "As palavras que Eu vos digo não as digo de Mim mesmo"
porque como no outro versículo, aquele que fala de si mesmo, ou seja, a partir
de si próprio, busca a sua própria glória. Mas CRISTO não estava em busca de
Sua própria glória. Ele estava buscando a glória Daquele que O enviou;
destarte, declarou: "As palavras
que Eu vos digo não as digo de Mim mesmo". Ao fazê-lo, Ele buscava a
glória Daquele que O enviou, e consta o registro de que "esse é
verdadeiro e Nele não há injustiça". Ele estava tão inteiramente despido
de Si mesmo, tão inteiramente distante estava de ser manifestado em qualquer
medida, que nenhuma influência derivava Dele, exceto a influência do PAI. Isso
se dava em tal extensão que nenhum homem podia ir até Ele, exceto se o PAI a
Ele remetesse alguém. Isso revela quão completamente Ele próprio foi mantido
numa posição secundária, quão completamente esvaziou-Se. Assim foi feito tão
completamente que nenhum homem podia ir a Ele--nenhum homem podia sentir
qualquer influência Dele ou a Ele ser atraído, exceto a partir do próprio PAI.
A manifestação do PAI--isso poderia atrair qualquer homem a CRISTO.
Isso
apenas ilustra que o grande fato que estamos estudando exatamente agora--o que
significa glorificar a DEUS. É ser tão inteiramente esvaziado do eu que nada,
senão DEUS, se manifestará e nenhuma influência derivará do indivíduo a não
ser a influência de DEUS--tão esvaziado que tudo, toda palavra--tudo quanto é
manifesto--será somente de DEUS e falará tão-só do PAI.
"Eu Te glorifiquei na Terra". Quando
Ele esteve sobre a Terra achava-Se em nossa carne humana, pecaminosa, e quando
Se esvaziou e Se manteve em posição secundária, o PAI Nele habitou e Se
manifestou através Dele de tal modo que todas as obras da carne foram abafadas,
e a glória excepcional de DEUS, o caráter de DEUS, a bondade de DEUS, foram
manifestados em lugar de qualquer coisa do humano.
Isso
é o mesmo que vimos numa lição anterior, de que DEUS manifesto em carne, DEUS
manifesto na natureza pecaminosa, é o mistério de DEUS--não DEUS manifesto em
carne sem pecado. Isso significa dizer, DEUS habitará em tal medida em nossa
carne pecaminosa hoje que embora essa carne seja pecaminosa, sua pecaminosidade
não será sentida ou reconhecida, nem exercerá influência alguma sobre outros,
de que DEUS habitará de tal modo na carne pecaminosa que a despeito de toda a
pecaminosidade da carne pecaminosa, Sua influência, Sua glória, Sua justiça,
Seu caráter, serão manifestos onde quer que essa pessoa vá.
Esse
foi precisamente o que se deu com JESUS na carne. Assim DEUS tem-nos
demonstrado a todos como devemos glorificar a DEUS. Ele tem demonstrado ao
universo como o universo deve glorificar a DEUS--ou seja, que DEUS e DEUS
somente será manifestado em toda inteligência do universo. Essa foi a intenção
de DEUS desde o princípio. Esse foi o Seu propósito, Seu eterno propósito, que
Ele propôs em CRISTO JESUS, nosso SENHOR.
Devemos
lê-lo agora. Teremos ocasião de referir-nos a isso posteriormente. Leremos o
texto que fala disso numa palavra. Efés. 1:9,10: "Desvendando-nos o
mistério a Sua vontade, segundo o Seu beneplácito que propusera em
CRISTO". Qual é essa vontade que Ele havia proposto Nele? Ele, sendo o
DEUS terno, propondo a Sua vontade Nele, sendo esse o Seu próprio propósito--o
mesmo que é referido noutro lugar como o "eterno propósito". Qual é
o eterno propósito que Ele propôs em CRISTO JESUS, o SENHOR? Eis aqui: "De
fazer convergir Nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas,
tanto as do céu como as da Terra".
Reconsidere
tudo agora e pense em como DEUS "pôde reunir todas as coisas em
CRISTO". Quem é Aquele em quem DEUS reúne todas as coisas em CRISTO? Esse
é DEUS. Quem estava em CRISTO? "DEUS estava em CRISTO". Ninguém foi
manifestado, mas DEUS. DEUS habita em CRISTO. Agora em CRISTO Ele está reunindo
"todas as coisas, tanto as do céu como as da Terra". Portanto, o Seu
propósito na dispensação da plenitude dos tempos é reunir Nele todas as coisas
em CRISTO. Mediante CRISTO, por CRISTO, e em CRISTO, todas as coisas no céu e
na Terra são reunidas em um DEUS, de modo que DEUS somente será manifestado por
todo o universo, de modo que quando se completar a dispensação dos tempos e o
eterno propósito de DEUS se apresente completo diante do universo, aonde quer
que olhemos, sobre quem quer que seja que olhemos, veremos a DEUS refletido.
Verão todos a imagem de DEUS refletida. E DEUS será "tudo em todos".
É isso que vemos em JESUS CRISTO. 2 Cor. 4:6: "Porque DEUS que disse: 'De
trevas resplandecerá luz'--, Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de DEUS na face de CRISTO".
Contemplamos
a face de JESUS CRISTO. O que vemos? Vemos a DEUS. Não vemos a CRISTO refletido
na face de JESUS CRISTO. Ele esvaziou-Se para que DEUS pudesse ser refletido,
para que DEUS pudesse brilhar à vista do homem que não poderia suportar a Sua
presença em carne humana. JESUS CRISTO assumiu a carne do homem que, como um
véu, modificou de tal modo os raios da glória divina a fim de que pudéssemos
ver e viver. Não podemos olhar para a face desvelada de DEUS na mesma maneira
em que os filhos de Israel não podiam contemplar a face de Moisés. Portanto,
JESUS reúne em Si mesmo a carne humana e recobre a glória refulgente e consumidora
do PAI, de modo que nós, olhando para Sua face, podemos ver a DEUS refletido e
podemos vê-Lo e amá-Lo tal como Ele é e assim ter a vida que há Nele.
Esse
pensamento é observado em 2 Cor. 3:18. Irei mencionar por alto o versículo
neste momento. Teremos ocasião de referir-nos a ele novamente antes de
concluirmos a lição. "E todos nós com o rosto desvendado, contemplando,
como por espelho, a glória do SENHOR"--onde contemplamos a glória do
SENHOR? Na "Sua própria imagem". Mas é dito aqui que contemplamos
como num espelho. Para que serve um espelho? Um espelho não fornece luz de si
mesmo. Um espelho reflete a luz que sobre ele cai. Nós todos, com rosto
desvendado, contemplamos na imagem de JESUS CRISTO, como por um espelho, a
glória do SENHOR; portanto, CRISTO é Aquele mediante Quem o PAI é refletido
para o universo inteiro.
Ele
somente poderia refletir o PAI em Sua plenitude, porque as Suas saídas são
desde os dias da eternidade, e, como é dito no oitavo capítulo de Provérbios,
"Eu estava com Ele e era Seu arquiteto". Ele era um de DEUS, igual a
DEUS e Sua natureza é a natureza de DEUS. Portanto, uma grande necessidade que
Ele somente poderia vir ao mundo e salvar o homem foi devido a que o PAI
desejou manifestar-Se plenamente para os filhos dos homens, e ninguém no
universo poderia manifestar o PAI em Sua plenitude, exceto o Filho unigênito,
que está na imagem do PAI. Nenhuma criatura poderia fazê-lo por não ser
suficientemente grande. Somente Aquele cujas saídas foram desde os dias da
eternidade poderia fazê-lo; conseqüentemente, Ele veio e DEUS habitou Nele.
Quanto? "Toda a plenitude da Divindade" é refletida Nele
"corporalmente". E isso não é somente para os homens sobre a Terra,
mas dá-se a fim de que na dispensação da plenitude dos tempos Ele pudesse
reunir num--em CRISTO--todas as coisas que estão no céu e sobre a Terra. Em
CRISTO DEUS é manifestado aos anjos e refletido aos homens no mundo dum modo em
que não podem ver a DEUS diferentemente.
Assim,
pois, temos tanto a aprender a respeito do que significa glorificar a DEUS e
sobre como isso é feito. Significa ser tão esvaziado do eu que DEUS somente
será manifestado em Sua justiça, Seu caráter, que é a Sua glória. Em CRISTO é
revelado o propósito do PAI com respeito a nós. Tudo quanto se deu em CRISTO
foi revelar o que será feito em nós, pois Ele foi a nós próprios. Portanto,
devemos constantemente ter em mente o grande pensamento de que devemos
glorificar a DEUS sobre a Terra.
Nele
e por Ele descobrimos aquela mente divina que em CRISTO Se esvaziou de Sua
justa personalidade. Por essa mente divina, nossa injustiça é esvaziada, a fim
de que DEUS possa ser glorificado em nós e se faça verdade em nós Suas
palavras "glorifiquei a Ti sobre a Terra".
Leiamos
aqueles dois versos em Coríntios agora para nosso próprio benefício: Há pouco
os lemos da perspectiva divina. "Porque DEUS que disse: 'De trevas
resplandecerá luz'--, Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de DEUS na face de CRISTO". 2 Cor.
4:6. Olhemos para nós agora. O que, em primeiro lugar, DEUS realizou?
Resplandeceu em nossos corações. Para quê? "Para iluminação do
conhecimento da glória de DEUS na face de CRISTO". Percebem, pois, que
DEUS em JESUS CRISTO está Se manifestando, revelando-Se da face de CRISTO Sua
glória a qual, refletida em nós, refulge também para outros? Portanto,
"vós sois a luz do mundo". Somos a luz do mundo porque a luz da
glória de DEUS, resplendendo a partir de JESUS CRISTO em nossos corações, se
reflete aos outros, de modo que as pessoas nos vendo, vêem as nossas boas obras
e podem glorificar a DEUS no "dia da visitação". "Possam
glorificar ao PAI que está nos céus".
Estudem
o processo. Lá está o PAI, habitando na luz de que nenhum homem pode
aproximar-se, que nenhum homem jamais viu, nem pode ver, de tão transcendente
glória, de tão consumidor fulgor de santidade, que nenhum homem poderia
contemplar e viver. Mas o PAI deseja que olhemos para Ele e vivamos. Portanto,
o unigênito do PAI submeteu-Se livremente como o dom e tornou-se como nós na
carne humana a fim de que o PAI Nele pudesse velar de tal modo a Sua glória
consumidora e os raios de Seu fulgor, de maneira que pudéssemos ver e viver. E
quando olhamos para ali e vivemos, esse brilho, essa glória fulgurante da face
de JESUS CRISTO reflete-se em nossos corações e é transmitida para o mundo.
Agora,
o último verso do terceiro capítulo novamente: "E todos nós com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do SENHOR, somos
transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo SENHOR, o
Espírito". A imagem de quem? A imagem de JESUS CRISTO. Somos
"transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo
SENHOR, o Espírito". JESUS CRISTO refletia a imagem de DEUS; nós, mudados
na mesma imagem, refletiremos a imagem de DEUS.
A
versão alemã oferece outro texto, ainda mais enfático do que o nosso aqui.
Lerei o equivalente no inglês: "Mas agora está refletido em nós toda a
glória do SENHOR". Percebem? "Mas agora em nós todos está refletida
a glória do SENHOR". A idéia em nossa versão inglesa e esta idéia no
alemão são ambas corretas. Vemos na face de CRISTO a glória e somos mudados na
mesma imagem de glória em glória, e então há também refletida em nós a glória
do SENHOR.
Agora
lerei o resto do versículo no alemão: "Mas agora está refletida em nós
todos a glória do SENHOR com face descoberta e somos glorificados na mesma
imagem de uma glória a outra como de parte do SENHOR, que é o Espírito". O
SENHOR que é o Espírito; o verso precedente declarou que o SENHOR é esse
Espírito.
Assim,
podem ver que o sentido todo é que DEUS será glorificado em nós, para que
sejamos glorificados por essa glória e que isso pode ser refletido a todos os
homens por toda parte a fim de que possam crer em DEUS e glorificá-Lo.
Observem
agora novamente o capítulo décimo sétimo de João. Traz o mesmo relato ali em
João 17:22. Lerei novamente os versos 4 e 5:
"Eu
Te glorifiquei na Terra, consumando a obra que Me confiaste para fazer; e
agora, glorifica-Me, ó PAI, contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de
Ti, antes que houvesse mundo".
Agora,
o verso 22: "Eu lhes tenho transmitido a glória que Me tens dado"'.
Ele no-la tem dado. Portanto, ela nos pertence. Essa glória pertence ao crente
em JESUS. E quando nos submetemos a Ele, Ele nos concede aquela mente divina
que nos esvazia e então DEUS em JESUS CRISTO resplandece em nossos corações do
qual é refletida a Sua própria glória, Sua própria imagem divina. E isso será
tão perfeitamente cumprido que quando Ele vem a todo crente sobre o qual lança
os olhos, verá a Si próprio. "Ele Se assentará como um ourives e
purificador de prata". Ele Se vê a Si próprio refletido em Seu povo de
modo que todos reflitam a imagem e glória de DEUS.
Empreguemos
coisas naturais a fim de que possamos, se possível, ver isto de modo mais
claro. Ali está o sol brilhando no céu. Você e eu gostaríamos de olhar ao sol e
vê-lo como ele é. Mas mesmo um relance ofusca de tal modo os nossos olhos que
leva um tempo para recuperarem sua força natural. Assim, não podemos olhar ao
sol para contemplar as glórias que lá estão. O sol possui glórias e belezas ao
brilhar nos céus. Agora, se se valerem de um prisma--um de três faces, três
pedaços de vidro em ângulo agudo--e o submeterem à luz solar de modo que os
raios do sol brilhem através dele, verão refletidos sobre a parede, sobre o
terreno, ou onde quer que possa cair o reflexo--em tal reflexo verão o sol tal
como é. Mas o que observarão? Como se chama aquilo? Um arco-íris. E o que é
mais belo do que um arco-íris? Não podem ter um mais maravilhoso conjunto de
cores do que no arco-íris, mas esse arco-íris é simplesmente o sol, com sua
glória tão distribuída que podemos olhá-lo diretamente e ver quão bonito é.
Olhamos adiante. Toda essa glória ali está, mas não podemos vê-la ali. Não
podemos vê-la em face do sol. O sol é por demais fulgurante. Nossos olhos não
estão acostumados à luz. Não podemos suportá-la. Portanto, o prisma toma essa
glória e faz com que brilhe com raios tais que possamos olhá-la. E isso nos
capacita a ver o sol como não poderíamos fazê-lo doutro modo. Contudo, quando
olhamos o arco-íris, estamos somente olhando o sol. Olhando o arco-íris
simplesmente vemos a glória que há no sol segundo brilha no céu. Contemplando
a face aberta do sol não podemos vê-lo como é. Mas encarando o reflexo, vemos a
glória do sol numa forma que nos deleita fazê-lo.
Agora,
DEUS sempre é tão mais brilhante do que o sol. Se o sol ofusca os nossos olhos
por um mero relance, o que faz a glória transcendente do SENHOR sobre nossos
olhos mortais e pecaminosos? Ele nos consumiria. Portanto, não podemos
contemplá-Lo tal como é em Sua glória desvelada e não alterada. Nossa natureza
não tem condições de suportá-la. Mas Ele deseja que vejamos a Sua glória.
Deseja que todo o universo contemple a Sua glória. Portanto, JESUS CRISTO
colocou-Se aqui entre o PAI e nós, e o PAI faz com que toda a Sua glória seja
Nele manifesta, e assim como resplandece de sua face, a glória é distribuída de
tal forma, tão modificada, que podemos olhá-la, e é tornada tão bela que nos
deleitamos nela. Então somos capacitados a ver a DEUS como Ele é. Em JESUS
CRISTO nada vemos que não seja de DEUS no pleno fulgor de Sua glória desvelada.
Agora
o sol refulge nos céus naturais dia após dia e todas essas glórias Ele torna
conhecidas aos filhos dos homens e lugares diante dos filhos dos homens. Tudo
quanto o sol precisa a fim de conservar suas glórias sempre perante nós dessa
bela maneira é um prisma--um meio mediante o qual brilhar para a refração de
Sua glória, e algo sobre que esses raios caiam para refletirem após terem
passado pelo prisma. Poderiam ter um arco-íris todo dia do ano se tivessem um
prisma e algo sobre que os raios refratados pudessem ser mostrados.
Assim
também podem ter a glória de DEUS manifesta cada dia do ano, se apenas
mantiverem a JESUS CRISTO perante os olhos como um bendito prisma para refratar
os brilhantes raios da glória de DEUS e a si próprio apresentado a DEUS tal
como DEUS gostaria que esses raios refratados se fizessem visíveis no reflexo.
Então, não somente você, mas outras pessoas constantemente verão a glória de
DEUS. Tudo quanto DEUS deseja, tudo quanto Ele necessita, a fim de que o homem
veja e conheça a Sua glória é um prisma mediante o qual brilhar. Em JESUS
CRISTO isso é concedido de modo completo. A seguir Ele deseja algo sobre que
esses raios refratados possam repousar e ser refletidos, para que as pessoas
possam vê-los. Permitirão que ali fique, aberto aos refratados raios da glória
de DEUS, ao brilharem mediante esse bendito prisma que é CRISTO JESUS? Que
esses raios da glória de DEUS caiam sobre vocês a fim de que os homens olhando
ali possam ver refletida a glória de DEUS. É isso que se deseja.
Outro
pensamento: Tome o seu prisma e segure-o contra o sol. Os raios refratados de
luz caem sobre a parede da casa e observem no reflexo o belo arco-íris! Mas
esse muro rebocado é apenas barro. Pode esse barro manifestar a glória do sol?
Pode o sol ser glorificado por esse barro? Sim. Certamente. Pode esse barro refletir
os brilhantes raios do sol de modo que seja belo? Como pode o barro fazê-lo?
Oh, não está no barro. Está na glória. Podem segurar o prisma contra o sol e
deixar que os raios refratados caiam sobre a Terra. Podem mantê-lo ali, e para
que a Terra possa manifestar a glória do sol, não porque a Terra tenha qualquer
glória, mas devido à glória do sol.
É
demais, portanto, que pensemos que a carne pecaminosa, tal como a nossa,
indignos pó e cinzas, como somos--é demais pensar que indivíduos como nós possam
manifestar a glória do SENHOR, refratada mediante JESUS CRISTO--a glória do
SENHOR refulgindo da face de JESUS CRISTO? Pode dar-se que vocês são barro;
pode dar-se que sejam os mais baixos sobre a Terra; pode dar-se que sejam
pecadores como qualquer homem o é, mas simplesmente ponham-se ali e permitam
que a glória refulja sobre vocês como DEUS gostaria que ocorresse e então glorificarão
a DEUS. Oh, quão freqüentemente a desencorajadora pergunta é formulada:
"Como pode alguém como eu glorificar a DEUS?" A virtude não está em
nós, está na glória. Isso é o que significa glorificar a DEUS.
Requer
o esvaziamento do eu a fim de que DEUS em CRISTO possa ser glorificado. A mente
de CRISTO faz isso, e assim DEUS é glorificado. Conquanto tenhamos sido
pecadores por toda a nossa existência e nossa carne seja pecaminosa, DEUS é
glorificado, não pelo mérito que existe em nós, mas pelo mérito que há na
glória. E é esse o propósito pelo qual DEUS criou todo ser no universo. É que
todo ser seja um meio de refletir e tornar conhecido o fulgor da glória do
caráter de DEUS como revelado em JESUS CRISTO.
Muito
além, no passado, houve alguém que era tão brilhante e glorioso pela glória do
SENHOR que começou a dar a si próprio crédito por isso e propôs brilhar por si
mesmo. Propôs-se a refletir luz de si mesmo. Mas desde então não tem brilhado
com nenhuma luz real. Tudo tem sido trevas desde então. Essa é a origem das trevas
no universo. E os resultados que disso derivam, desde o início até o último
resultado que jamais dele advirá, são simplesmente os resultados daquele
esforço para manifestar o eu, para deixar o eu brilhar, para glorificar a si
mesmo. E o fim disso é que tudo perece e termina em nada.
Glorificar
o eu é terminar em nada, deixar de existir. Glorificar a DEUS é continuar
eternamente. A razão por que Ele faz as pessoas é para que O glorifiquem.
Aquele que O glorifica não pode senão viver por toda a eternidade. DEUS deseja
seres tais no universo. A questão para todo homem de fato será: "Ser ou
não ser; essa é a questão". Decidiremos ser, e ser um meio de glorificar a
DEUS por toda a eternidade? Ou decidiremos glorificar o eu por um pequeno tempo
e isso somente em trevas, e então partir para a escuridão eterna? Oh, em vista
do que DEUS realizou, não é difícil decidir que escolha deve ser feita. Não é
difícil decidir. Então não será nossa escolha agora e para sempre escolher
somente a maneira de DEUS? Decidir glorificá-Lo e a Ele somente?
Agora,
outra palavra quanto a que isso implica. Eis aqui uma passagem em João 12:23:
"Respondeu-lhes
JESUS: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem".
Daí,
novamente, no verso 27:
"Agora
está angustiada a Minha alma, e que direi Eu? PAI, salva-Me desta hora? Mas
precisamente com este propósito vim para esta hora".
O
que, então, Ele disse? "PAI, glorifica o Teu nome". Ali estava Ele, à
sombra do Getsêmani. Sabia que era vinda a hora e também compreendia o que
aquilo representava. Ali estava aquela angústia pressionando a Sua alma divina
e levando-O a dizer: "Que direi Eu? PAI, salva-Me desta hora? Mas
precisamente com este propósito vim para esta hora". A única coisa, pois,
que havia a dizer, ao chegar Ele àquela hora para tal propósito, a única coisa
que pôde dizer foi: "PAI, glorifica o Teu nome". Após isso deu-se o
Getsêmani, a cruz e a morte. Mas nessa submissão, "PAI, glorifica o Teu
nome", estava tomado o passo que deu-Lhe vitória no Getsêmani e sobre a
cruz, e sobre a morte.
Houve
Sua vitória e você e eu iremos àquele lugar muitas vezes. Temos estado já naquele
lugar--onde vem um tempo em que sobre mim pode ser feita essa exigência. Essa
experiência tem de ser enfrentada e considerando-a como se apresenta e como a
vemos, seremos tentados a dizer: "Oh, será necessário que se tenha de
suportar isso? Não é até mais do que DEUS requer que um homem suporte?
"Agora está angustiada a Minha alma, e que direi Eu? PAI, salva-Me desta
hora?" Quem O trouxe para essa hora? Que O fez deparar essa dificuldade?
Como chegou aí? O PAI está lidando conosco; Ele nos levou até ali. Então,
quando sob a Sua mão somos levados ao ponto em que parece como se custasse a
um homem a sua própria alma suportá-lo, o que diremos? PAI, salva-me dessa
hora? Ora, por essa razão vim para esta hora. Ele me trouxe até ali para um
propósito. Posso não saber qual é a experiência que Ele tem para mim além
dessa; posso não saber qual é a experiência que Ele tem reservado para mim além
disso; posso não saber qual é o propósito divino nessa prova, mas de uma coisa
sei. Decidi glorificar a DEUS. Decidi que DEUS, em lugar de mim mesmo, será
glorificado em mim, que o Seu caminho será encontrado em mim em lugar de meu
caminho. Portanto, não podemos dizer, PAI, salva-me dessa hora. A única coisa a
fazer é curvar-nos em submissão; a única palavra a dizer é, PAI, glorifica o
Teu nome. O Getsêmani pode seguir-se imediatamente. A cruz certamente
seguir-se-á, mas é a vitória nesse Getsêmani. É a vitória sobre aquela cruz e
sobre tudo que possa vir.
Isso
certamente é verdade porque DEUS não nos deixa sem a palavra. Leia adiante
agora.
O
que diremos? PAI, salva-me desta hora? mas por esta causa eu vim para esta
hora. PAI, glorifica o Teu nome. Então veio uma voz do céu, dizendo:
"Tenho-O glorificado e O glorificarei novamente".
Essa
palavra é para vocês e para mim em toda provação, porque "a glória que Me
deste, Eu lhes dei". A nós pertence. Ele verá que é refletida sobre nós e
mediante nós a fim de que os homens saibam que DEUS é ainda manifesto na carne.
Qual, então, será a nossa escolha? Que isso seja determinado de uma vez por
todas. É, ser, ou não ser? O que escolheremos? Ser? Mas ser significa
glorificar a DEUS. O único propósito da existência no universo é glorificar a
DEUS. Portanto, a escolha por ser é a escolha de glorificar a DEUS e a escolha
de glorificar a DEUS é a escolha de que o eu seja esvaziado e perdido, e DEUS
somente apareça e seja visto.
Então,
quando tudo for realizado, o capítulo 15 de I Coríntios oferece a grande
consumação. Versos 24 a 28:
"E
então virá o fim, quando Ele entregar o reino ao DEUS e PAI, quando houver
destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que
Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos Seus pés. O último
inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos
Seus pés. E quando diz que todas as coisas Lhe estão sujeitas, certamente
exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas Lhe
estiverem sujeitas, então o próprio Filho também Se sujeitará àquele que todas
as coisas Lhe sujeitou, para que DEUS seja tudo em todos".
Tudo
em quantos? Ele será tudo em mim; Ele será tudo em vocês; Ele será tudo em
todos mediante JESUS CRISTO. Ali vemos o plano completo--de que o universo
inteiro e tudo nele reflita a DEUS.
Este
é o privilégio que DEUS estabeleceu perante todo ser humano. É o privilégio que
Ele estabeleceu perante toda criatura no universo. Lúcifer e multidões delas
que com ele foram recusaram-na. Os homens a recusaram. O que eu e você
faremos? Aceitaremos o privilégio?
Vejamos
se podemos obter alguma idéia da medida desse privilégio. O que custou trazer
esse privilégio a vocês e a mim? Quanto custou? Custou o infinito preço do
Filho de DEUS.
Agora,
a pergunta: Foi esse um dom de somente trinta e três anos? Em outras palavras,
tendo consistido em eternidade até que Ele veio a este mundo, veio JESUS então
a este mundo como o fez por somente trinta e três anos, e então retornou ao que
era antes, para consistir em todos os aspectos como era antes através da
eternidade vindoura? E assim o Seu sacrifício será praticamente por somente
trinta e três anos? Foi aquele um sacrifício por somente trinta e três anos? Ou
foi um sacrifício eterno? Quando JESUS CRISTO deixou os céus, Ele Se esvaziou e
mergulhou em nós--por quanto tempo foi isso? Esta é a questão. E a resposta é
que isso foi por toda a eternidade. O PAI renunciou a Seu Filho por nós, e
CRISTO entregou-Se por toda a eternidade. Nunca outra vez será Ele em todos os
respeito como foi antes. Ele entregou a Sua vida por nós.
Agora,
não me empenho em definir isso. Simplesmente lerei uma palavra sobre isso do
ESPÍRITO de Profecia para que saibam ser um fato e para que saibam que não
estamos sobre terreno seguro, e então a acatemos como a verdade bendita e
deixemos a sua explicação com DEUS e a eternidade. Eis aqui a palavra:
"Porque
DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito". Ele O deu
não apenas para habitar entre os homens, para suportar os seus pecados e morrer
o sacrifício deles; deu-O à raça caída. CRISTO devia identificar-Se com os
interesses e necessidades da raça humana. Aquele que é um com DEUS ligou-Se com
os filhos dos homens por laços que nunca devem ser desfeitos.
Em
que ponto ligou-Se conosco? Em nossa carne, em nossa natureza. Em que medida
uniu-Se a nós? "Por laços que nunca serão desfeitos". Graças a DEUS!
Então Ele renunciou à natureza de DEUS, que tivera com DEUS antes que o mundo
existisse, e assumiu a nossa natureza, e carrega a nossa natureza para todo o
sempre. Esse é o sacrifício que ganha os corações dos homens. Fosse isso
considerado, como muitos realmente o consideram, que o sacrifício de CRISTO
somente perdurou por trinta e três anos e então morreu a morte da cruz e voltou
para a eternidade em todos os aspectos como fora antes, os homens poderiam
argumentar que em vista da eternidade anterior, e a eternidade posterior,
trinta e três anos não é um sacrifício tão infinito, afinal de contas. Mas
quando consideramos que Ele mergulhou Sua natureza em nossa natureza humana por
toda a eternidade, esse é um sugestivo sacrifício. Esse é o amor de DEUS. E
nenhum coração pode argumentar contra isso. Não há coração neste mundo que
possa arrazoar contra esse fato. Aceite-o ou não o coração, creia nisso ou não
o homem, há um poder compulsivo nesse fato, e o coração deve permanecer em
silêncio ante a presença da tremendo realidade.
Esse
é o sacrifício que Ele fez, e prossigo lendo:
"Aquele
que é um com DEUS ligou-Se com os filhos dos homens por laços que nunca serão
desfeitos". JESUS não se envergonha "de chamá-los irmãos"; nosso
Sacrifício, nosso Advogado, nosso Irmão, carregando nossa forma perante o
trono do PAI e por eras eternas, um com a raça que redimiu--o Filho do homem.
Isto
é o que custa: O eterno sacrifício Daquele que era um com DEUS. É isso que
custa levar aos homens o privilégio de glorificar a DEUS.
Agora,
outra questão: Foi o privilégio ali digno do sacrifício? Ou foi o preço pago
para criar o privilégio? Por favor, pense nisso cuidadosamente. Qual é o
privilégio? Temos descoberto que o privilégio trazido a toda alma é glorificar
a DEUS. O que custou trazer-nos tal privilégio? Custou o sacrifício infinito do
Filho de DEUS. Agora, fez Ele o sacrifício para criar o privilégio, ou estava
ali o privilégio e valeu o sacrifício?
Vejo
ser esta uma nova reflexão para muitos de vocês, mas não a temam. Está correta.
Por favor, considere-a cuidadosamente e pensem. Isso é tudo quanto se faz
necessário. Repetirei, até duas ou três vezes, se necessário, pois vale
plenamente a pena o fazê-lo. Desde que esse bendito fato veio até mim, o
sacrifício eterno do Filho de DEUS representa um sacrifício eterno
inteiramente por mim, a palavra tem estado sobre minha mente quase
incessantemente: "Andarei mansamente perante o SENHOR todos os meus
dias".
A
questão é, Ele criou o privilégio por fazer o sacrifício? Ou estava já ali o
privilégio e o perdemos, e valeu a pena o sacrifício que Ele fez para no-lo trazer outra vez?
Então,
quem pode avaliar o privilégio que DEUS nos dá no bendito privilégio de
glorificá-Lo? Nenhuma mente o poderá entender. Para que valha a pena o
sacrifício pago por Ele -- um sacrifício eterno -- Oh, não fez bem Davi quando
exclamou: "SENHOR. . . tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é
sobremodo elevado, não o posso atingir"?
"Grande
é o mistério da piedade; pois DEUS foi manifesto em carne". O Filho do
homem recebido em glória significa nós próprios. E nisso Ele nos trouxe o
infinito privilégio de glorificar a DEUS. Isso valeu o preço que foi pago.
Jamais poderíamos ter imaginado que o privilégio fosse tão imenso. Mas DEUS
contemplou o privilégio, JESUS CRISTO contemplou o privilégio do que é
glorificar a DEUS. E contemplar isso e ver onde fomos, foi dito que valeu a
pena o preço. CRISTO declarou: "Eu pagarei o preço". "Porque
DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito", e assim
trouxe-nos o privilégio de glorificar a DEUS.
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