Sermão nº 22 apresentado na
reunião da Conferência Geral de 1895
A.T. Jones
Nossa
lição esta noite começará com Efésios 1, versos 19-21. A lição é ainda o estudo
do que temos em CRISTO onde Ele está. Esta é a parte daquela oração para que
saibamos "qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos,
segundo a eficácia da força do Seu poder; o qual exerceu ele em CRISTO,
ressuscitando-O dentre os mortos, e fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares
celestiais", ou existência celestial, como tivemos no segundo capítulo e
sexto verso. E esse mesmo pensamento é dado em Fil. 3:8-10:
"Considero
tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de CRISTO JESUS meu
SENHOR: por amor do qual, perdi todas as coisas e as considero como refugo,
para ganhar a CRISTO, e ser achado Nele, não tendo justiça própria, que procede
de lei, senão a que é mediante a fé em CRISTO, a justiça que procede de DEUS,
baseada na fé; para o conhecer e o poder da Sua ressurreição".
Essa
é a mesma coisa que o SENHOR deseja que saibamos, como registrado no texto,
para que saibamos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que
cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu Ele em CRISTO,
ressuscitando-O dentre os mortos". Agora, diz Paulo, "para O conhecer
e o poder da Sua ressurreição". Isto é, não o Seu poder somente em
ressuscitar Paulo dentre os mortos após ele ter morrido e sido depositado na
sepultura. Não se trata disso. Mas conhecer o poder de Sua ressurreição agora
enquanto vivemos; ou seja, o poder que nos é trazido por Ele, pelo qual somos
crucificados com Ele, e somos mortos com Ele e com Ele sepultados, e depois
vivificados com Ele e depois ressuscitados com Ele e sentados com Ele à direita
de DEUS no céu. Este é o poder a que Ele Se referiu.
Leiam
este texto e verão que assim é:
"Para
que eu possa conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição e a comunhão dos Seus
sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte; para de algum modo alcançar a
ressurreição dentre os mortos".
Ele
deseja conhecer o poder da ressurreição de CRISTO a fim de alcançar por Si
mesmo a ressurreição dentre os mortos. O homem que nesta vida nunca conhece o
poder da ressurreição de CRISTO nunca a conhecerá na outra vida. Verdadeiramente,
Ele será levantado dentre os mortos, mas não conhecerá o poder que O ergueu dos mortos, de modo que quem não se
familiarizar com o poder da ressurreição de CRISTO antes de morrer nunca conhecerá
o poder da ressurreição de CRISTO a partir daquela morte.
Existe
a oração do SENHOR para que eu pudesse conhecer qual é a suprema grandeza de
Seu poder para com o homem que crê, segundo a operação de Seu grandioso poder
que operou em CRISTO quando Ele ressuscitou dentre os mortos e ali Se assentou.
Nele conhecemos o poder que nos levanta da morte em ofensas e pecados juntamente
com Ele, e nos assenta com Ele na existência celestial. Agora, Efés. 1:20,21:
"Fazendo-O
sentar à Sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no
presente século, mas também no vindouro".
Esse
poder de DEUS que nos ressuscitou em CRISTO acima de todos os principados e
potestades e força e domínio que existe no mundo, é o objeto de nosso estudo
esta noite. Portanto, devemos estudar primeiro qual é a natureza desses
principados e potestades que estão neste mundo. Antes disso, contudo, notemos
uma vez mais que permanece o fato de que em CRISTO temos e devemos conhecer
qual é o poder que nos ergue Nele e com Ele, acima de todas os principados e
potestades e força e domínio que estão neste mundo. Há uma separação da igreja
e estado; há uma separação do mundo, que nos coloca no lugar onde temos a
melhor proteção do que das potências deste mundo. Permanece esse fato da fé.
Agora,
quanto à natureza dessas potestades, leiamos isto no segundo capítulo para
melhor relacionar:
"Ele
vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais
andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade
do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência".
Há
um espírito que opera neste mundo nos filhos da desobediência e esse espírito é
o espírito deste príncipe da potestade do ar. O texto alemão reza, "após
o príncipe que no ar reina; ou seja, após o espírito que neste tempo tem
operado nos filhos da descrença".
Anteriormente,
quando estávamos mortos em pecados, andávamos "segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da postestade" do mundo.
Agora,
dessa palavra "príncipe" deriva a idéia de principalidade. Em formas
monárquicas de governo há principados, ducados, reinos e impérios. Uma
principalidade é a jurisdição, o território, ou domínio, de um príncipe; um
ducado é o domínio de um duque; um reino, o domínio de um rei; um império, o
domínio de um imperador. No texto, CRISTO nos levantou acima de todos os
principados e potestades e assim por diante, o que há neste mundo e deste
mundo. Ele nos ergueu acima do domínio do espírito que age nos filhos da
desobediência.
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Podemos
alegrar-nos, portanto, e agradecer o SENHOR porque em CRISTO somos erguidos
acima deste príncipe e de toda a sua jurisdição e todo o seu poder. Este é o
pensamento, pois em CRISTO Ele nos levantou muito acima de toda principalidade
e potestade e força e domínio que há neste mundo.
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Agora
o sexto capítulo de Efésios, começando com o verso dez:
"Quanto
ao mais, sede fortalecidos no SENHOR e na força do Seu poder. Revesti-vos de
toda a armadura de DEUS, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo".
Agora,
quem é aquele contra quem o cristão deve combater neste mundo? No que se refere
aos principados e potestades e impérios deste mundo, quem é aquele contra quem
o cristão deve combater? O diabo, "para que possais ser capazes de
permanecer em pé contra as ciladas do maligno".
Assim,
quando qualquer governo é colocado contra qualquer cristão e interfere com ele
e o persegue, está o cristão combatendo com ele? Não. Está combatendo o diabo.
É sobre isso que desejamos fixar nossa mente. Devemos entender que quando
governos, reinos, imperadores e governantes perseguem os cristãos, nos perseguem,
nada temos a ver com eles como tais.
Não estamos guerreando contra eles. Não os estamos combatendo. Estamos
combatendo contra o diabo e guerreando contra ele.
E
isso sugere um testemunho que veio na primavera passada em que foi declarado
que os ministros nunca deviam se esquecer de manter perante o povo em toda
parte e em todo o tempo que as lutas e comoções e contenções e conflitos que
são apresentados exteriormente neste mundo não derivam simplesmente deste mundo
e das coisas que vemos, mas são apenas o resultado, a operação exterior dos
poderes espirituais que estão fora de vista, que todos esses elementos do mal
que estão operando e que vemos aproximando-se tão depressa são simplesmente
efeitos desse poder, desse espirito, que está por detrás deles. E as
instrumentalidades que vemos espalhando por toda parte a mensagem do SENHOR e
levando avante a sua obra, demonstra neste lado que isso é simplesmente a
atuação exterior do ESPÍRITO e poder de DEUS por trás deles. E é dada a palavra
que nós ministros cuidemos para chamar a atenção das pessoas ao fato de que
todas essas comoções e conflitos e contenções entre o certo e o errado são
simplesmente o conflito entre JESUS CRISTO e Satanás--que esse é o grande
conflito de todas as épocas.
É-nos
tão fácil fixar a mente sobre os homens e governos e poderes e pensar que
estamos contendendo com eles. Não. Não temos conflito com os governos. Nada
temos que fazer contra os governos, porque está escrito que toda alma deve
sujeitar-se às "autoridades superiores". Não temos que contender
contra o governo. Todo cristão sempre estará em harmonia com qualquer lei
correta que qualquer governo estabeleça. Assim ele nunca se indaga sobre que
lei será formulada, desta ou daquela maneira, nesse respeito, desde que o
governo legisle dentro de sua própria jurisdição, que lhe foi estabelecida por
DEUS.
Quando
César sai desse quadro e avança além de sua jurisdição para o reino de DEUS,
então, logicamente, toda lei que cria, com ela conflitará o cristão, porque
ele está certo e a outra coisa errada. O cristão não tem que mudar de atitude,
mas o outro poder tem. Portanto, não devemos ter nossa mente sobre se estamos
contendendo contra o governo ou não. Nada temos a ver com isso. Devemos ter
nossa mente sobre o fato de que se o governo deixa de estar em harmonia com o
direito e assume tal curso de ação que se conflita conosco, não devemos então
contender com ele--estamos sempre contendendo contra o diabo. Não combatemos
contra carne e sangue. Os governos são carne e sangue. Os homens, os
tribunais, juízes, legisladores--eles são carne e sangue.
Não
lutamos contra carne e sangue, mas contra principados, contra potestades,
contra os dirigentes das trevas deste mundo, contra espíritos malignos em
lugares elevados (leitura marginal).
A
margem diz, "nos lugares celestiais", que se referiria a essa
jurisdição celestial em que JESUS CRISTO reina. A tradução verbal deste sexto
capítulo e verso doze assim reza: "Porque a nossa luta não é contra o
sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas
regiões celestes".
São
as mesmas regiões celestes aonde DEUS nos ergueu com Ele, e nos estabeleceu com
Ele nos lugares celestes acima de todos os principados e poderes e força e
domínio que existem sobre a terra. Assim, essa versão marginal do verso é a
correta. "Forças espirituais do mal nos lugares celestes".
A
versão alemã traz um texto com mais força, segundo o original grego. Assim
reza: "Pois não é contra carne e sangue que temos de contender, mas com
príncipe e potência; isto é, com o senhor do mundo". Este é o deus deste
mundo--Satanás. Assim, não temos que combater carne e sangue, mas o senhor do
mundo; "Isto é, com o senhor do mundo que nas trevas deste mundo reina,
com os espíritos baixos sob o céu".
Isso
é forte. Isso tem poder. Vemos quem ele é--é o senhor deste mundo. É ele contra
quem nós--o que reina na escuridão deste mundo--o príncipe deste mundo, que nas
trevas deste mundo reina.
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Agora
sabemos, ou pelo menos devíamos saber, que não demorará muito até que o domínio
desta terra esteja sob a regência do senhor deste mundo, que reina na escuridão
e todos estarão unidos num, e visando à verdade de DEUS e àqueles em quem ela
é representada neste mundo. Agora desejo que todos saibam que em breve ali
estaremos. Desejo que cada adventista do sétimo dia soubesse aquilo que é o
fato, que estamos no ponto agora em que todos os reinos e domínios da terra
estão, como tais, firmados contra a verdade de DEUS. Mas se houver aqueles (não
digo que há) que agora não saibam disso, será isso num tempo bem breve",
na maneira em que as coisas têm-se desenrolado ultimamente e estão se
desenvolvendo agora, antes que sejam forçados a reconhecê-lo.
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Como
mencionei aqui antes, os Estados Unidos têm mantido perante o mundo e sempre se
manteve, como a própria cidadela da liberdade de direito e liberdade de
consciência, e a Suíça era o único pequeno país, a única pequena república, na
Europa onde esta era quase mais completa. Contudo, a Suíça e os Estados Unidos
são os dois países agora sobre a terra que estão fazendo o máximo contra o remanescente e a semente da igreja que
observa os mandamentos de DEUS e tem o testemunho de JESUS CRISTO. [snfase
do editor]. E a Inglaterra agora uniu-se ativamente a essas nações. Agora,
quando esses países que têm sido exemplares no mundo, dos direitos dos homens e
da liberdade de consciência, colocam-se contra DEUS e contra sua verdade--então
não é tempo de aprendermos que todo o mundo está agora sob a regência de
Satanás, pronto para ser lançado contra a verdade de DEUS e o poder de JESUS
CRISTO?
Contudo, em face disso tudo, digo que em
CRISTO estamos todos certos, pois Nele opera aquele poder que nos ressuscita,
com Ele, dentre os mortos e que nos assenta à direita de DEUS na existência
celestial, muito acima de todos os poderes e força e domínio e principados que
estão sobre a terra e na mão de Satanás. E exatamente agora, ao sermos
forçados nesse conflito, não é bom que o SENHOR JESUS venha com Sua bendita
verdade brilhar perante nós e erguer-nos para onde Ele se assenta, de modo que
saibamos que estamos acima de todas as coisas todo o tempo e triunfamos sobre
elas?
Agora
estudaremos essas coisas um pouco mais; tratamos suficientemente sobre os
principados. Mas ele diz que nos ergueu bem acima de todo principado e
potestade.
Essa
palavra "poder"; pode examinar este termo o quanto quiser no original
grego e verá que o sentido absoluto do termo é o poder de autoridade exercido
no sentido de "força contra o direito". É isso o que a palavra
significa. A tradução literal é autoridade. Há empregos adaptados para a
palavra, é verdade, à parte do sentido absoluto. Nos usos adaptados, o caráter
do poder é provado pelo relacionamento em que se apresenta. Por exemplo, se
essa palavra devesse ser empregada com respeito ao poder de CRISTO e a
autoridade do SENHOR, ela seria autoridade apropriada e legítima, logicamente,
porque se trata da autoridade do SENHOR. Mas quando empregada com respeito aos
poderes deste mundo, em todo exemplo assume suas associações da natureza deste
mundo e o espírito que aqui prevalece e então remonta ao sentido absoluto, que
é a autoridade e poder da "força contra o direito".
Onde
começou neste universo o pressuposto de qualquer autoridade ou poder da força
contra o direito? Originou-se na rebelião de Lúcifer naquela presunção do eu,
no passado remoto. Ele trouxe esse poder e o ligou sobre este mundo pelo engano
quando obteve posse deste mundo. Portanto, esta palavra é apropriadamente empregada
para demonstrar que quando DEUS em CRISTO nos ergue acima de todo principado e
potestade deste mundo, está acima desse poder de força contra o direito, que é
o poder de Satanás, tal como ele trouxe para este mundo e o emprega neste
mundo.
Isso
simplesmente realça o pensamento que mencionamos momentos atrás, de que nosso conflito é simplesmente o conflito
levado a efeito desde o início entre os dois poderes espirituais, entre os
poderes legal e ilegal, entre o poder do direito contra a força, e o poder da
força contra o direito. O conflito é entre esses dois poderes espirituais. Temos estado sob o poder da força contra o
direito. JESUS CRISTO nos trouxe o conhecimento do direito contra a força--O
PODER DO AMOR. Nós perdemos de vista o domínio do poder da força contra o
direito--o poder da força, e temos nos aliado ao poder do direito contra a
força--o poder do amor. E agora o conflito é entre esses dois poderes
espirituais. Sejam quais forem os instrumentos empregados neste mundo como
manifestação exterior desse poder, o conflito é sempre entre os dois poderes
espirituais, JESUS CRISTO e o príncipe caído.
Sigamos
isto, então, um pouco mais, e vejamos onde temos a vitória e onde Ele nos tem
trazido a vitória sobre esses poderes ilegais, esse poder da força contra o
direito. Leiamos em Colossenses 2, começando com o verso nove:
"Porquanto
Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também Nele estais
aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Nele também
fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo
da carne, que é a circuncisão de CRISTO; tendo sido sepultados juntamente com
Ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder
de DEUS que O ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos
pelas vossas transgressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida
juntamente com Ele [CRISTO], perdoando todos os nossos delitos".
Vivificados
com Ele. Podem ver que é a mesma história que lemos no segundo capítulo de
Efésios uma noite dessas--que Ele nos vivificou e nos levantou Consigo dentre
os mortos e nos fez assentar Consigo onde Se assenta. Mas agora vem a chave de
como essa vitória nos veio Nele. "E, despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando na cruz", ou,
como diz a versão alemã, "triunfando sobre eles em si mesmo". Col.
2:15. A palavra "potestades" aqui é a mesma palavra no grego que
expressa esse poder da força contra o direito. Não preciso recorrer à parábola
que JESUS apresentou: Satanás foi aquele que originou a autoridade da força
contra o direito. Pelo engano ele tornou-se cabeça deste mundo assumindo o
controle daquele que era o cabeça do mundo. E tendo posto Adão sob o seu
controle, tornou-se o cabeça desse domínio, o cabeça deste mundo, e o cabeça de
todo principado e poder no mundo e do mundo.
Mas
alguém mais forte do que ele veio ao mundo. Sabemos que é mais forte porque a
batalha tem sido levada a cabo e vencida. Um segundo Adão veio, não como o primeiro
Adão foi mas como o primeiro Adão tinha levado os seus descendentes a serem na
época em que veio. O segundo Adão veio no contexto da degeneração da raça ao
ponto em que havia chegado a partir do primeiro Adão. Esse segundo Adão veio
assim e disputou o domínio deste que tinha tomado posse. O conflito foi entre
esses dois sobre a terra. Foi um conflito quanto a se o espólio deveria ser
dividido ou deveria ser mantido intacto nas mãos daquele que o havia tomado
pela força contra o direito. Aquele que veio para este domínio rebelde
provou-Se mais forte do que o que havia tomado posse e Ele o derrotou em todo
ponto enquanto viveu. Então, a fim de mostrar ao universo quão completamente
mais poderoso Ele é do que o outro, JESUS não somente derrotou a Satanás em
cada passo enquanto estava vivo, mas após isso, entregou-Se, morto, nas mãos,
ao poder desse outro que estava com a possessão. E aquele que tinha a posse
trancou-o na fortaleza, morto, e mesmo ali Ele desfez o poder de Satanás.
Assim, CRISTO demonstrou que não é somente mais forte do que Satanás quando
está vivo. Quando morto Ele foi mais forte do que Satã, e, portanto, saiu da
tumba e exclamou perante o universo: "Estive morto, mas eis que estou vivo
pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno". Muito
bem! Ele está vivo agora, graças ao SENHOR!
Bem,
então se quando morto CRISTO é mais forte do que todo o poder do diabo, o que
um CRISTO vivo não poderá realizar, sendo Aquele que se assenta à direita de
DEUS hoje? Haverá terreno para nos sentirmos desanimados? Haverá razão para
temor, mesmo na presença de todos os principados e potestades e força e domínio
que o diabo possa reunir sobre a terra? Não. Pois Aquele que é conosco vive
agora, quando a morte era mais forte do que Satanás com todo o seu poder. Agora
JESUS está vivo para sempre; nós estamos vivos com ele; e o Seu poder é posto à
nossa disposição--Seu poder vivo. Seu poder como morto seria suficiente, não é
mesmo? Mas Ele não para aí. É o poder vivo. Alegrem-se e regozijem-se e
conquistem-no.
JESUS
veio ao domínio e, por fim, adentrou a própria cidadela da fortaleza e a
fortaleza da cidadela desse poder ilegal, desse que mantinha o poder deste
mundo de força contra o direito. Aquele que é mais forte do que ele, entrou, e
tomou posse e veio, trazendo a chave, e Ele ainda a detém. Graças a DEUS!
Então, se esse poder ilegal pudesse levar-nos ao mesmo lugar, à prisão, está
certo. Ele não nos poderá manter ali, pois nosso Amigo tem as chaves. Quando
Ele deseja que saiamos, a chave é girada, a porta é escancarada, e saímos para
fora. E para mostrar quão completamente Ele possuía as chaves, quando saiu
trouxe as chaves e as mantém ainda e para sempre. Por essa razão está escrito:
"E a graça foi concedida a cada um de
nós segundo a proporção do dom de CRISTO. Por isso diz: Quando ele subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens". Efés.
4:7,8.
Ele
espoliou principados e potestades; levou uma multidão de cativos deste domínio
de Satã da morte quando saiu. Está escrito no capítulo vinte e sete de Mateus,
versos 51-53, falando do tempo da crucifixão de CRISTO:
"Tremeu
a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de
santos, que dormiam, ressuscitaram; e saindo dos sepulcros depois da
ressurreição de JESUS, entraram na cidade santa e apareceram a muitos".
As
sepulturas foram abertas durante a Sua crucifixão. Quando saíram? Após Sua
ressurreição. Indiscutivelmente. Quando Ele saiu, está escrito, Ele dividiu o
espólio. Quando Ele saiu, levou uma multidão de cativos, e quando ascendeu ao
alto, conduziu-os ao alto em Seu cortejo de cativos recuperados da terra do
inimigo. Esta é a figura aqui referida, no que espoliou principados e
potestades e feito uma grande parada
deles abertamente, triunfando sobre eles com isso. A palavra
"triunfo" aqui refere-se ao triunfo romano. O triunfo romano era
concedido ao general romano que tivesse ido a um país inimigo, combatido o
inimigo, tomado espólio e cativos de lá trazendo-os para a sua própria cidade.
Se qualquer dos cidadãos romanos fossem cativos naquela terra, ele o traria de
volta. E quando sua vitória fosse completada e ele tivesse retornado, o Senado
lhe concederia um triunfo. Em seu triunfo ele era assentado numa grande e bela
carruagem, tendo seis ou mais dos mais portentosos cavalos de uma só cor, e
ele, puxado por tais animais, com todo o despojo e os cativos em cortejo,
desfilaria pelas ruas de Roma por toda parte da cidade--e toda a população sairia
para honrá-lo em seu triunfo.
JESUS
CRISTO, o conquistador em nosso benefício, veio a esta terra do inimigo,
combateu nossas batalhas--nós éramos prisioneiros, tomados sob o poder desse
ser ilegal; nosso Amigo veio aqui, nosso General combateu nossas batalhas
integralmente; Ele foi à fortaleza do inimigo e a invadiu, penetrando a
cidadela. Ele trouxe as chaves. Tomou o espólio. Ele traz os cativos e os
conduz em triunfo para o Alto, para sua própria cidade gloriosa. Agora,
"graças sejam dadas a DEUS que sempre nos leva ao triunfo" em CRISTO.
Nele triunfamos sobre este poder ilegal, aquele que constitui o poder da força
contra o direito. E em seu triunfo sobre Satã é exibido perante o universo
reunido o poder do direito contra a força.
Notemos
agora: O poder do direito contra a força nunca pode empregar qualquer força.
Percebem a questão? Não percebe que nisso jaz o próprio espírito que é chamado
de cristãos, ou seja, o próprio ESPÍRITO de JESUS CRISTO, que é a
não-resistência? Poderia CRISTO empregar força ao demonstrar o poder do direito
contra a força? Não.
Manter
o poder da força contra o direito, o poder deve ser empregado em toda
oportunidade, porque essa é a única coisa que pode ser usada para vencer. Nessa
causa o direito tem somente uma consideração secundária, se tem alguma.
Por
outro lado, o poder do direito contra a força, está no direito, não na força. A
força é o próprio direito. E aquele que toma partido pelo princípio do direito
contra a força e em quem isso pode ser demonstrado nunca pode apelar a qualquer
tipo de força. Ele nunca a pode empregar em defesa do poder do direito. Ele
depende do poder do próprio direito para vencer, e para obter todo o poder da
força que possa ser levantada contra Ele. Esse é o segredo.
Não
percebem, então, que isso explica numa palavra por que é que CRISTO
assemelhava-se a um Cordeiro na presença daqueles poderes e dessa força que foi
trazida contra Ele? Nada tinha a ver com o emprego de qualquer força
opondo-se-Lhe. Quando Pedro puxou a espada e quis defendê-Lo, Ele disse:
"Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada
perecerão".
Quando
nos damos conta disso, todas as coisas serão explicadas quanto ao que faremos
aqui, ali, ou noutro lugar. Temos nos aliado ao poder do direito contra a
força--o poder do amor. E JESUS CRISTO morreu como um malfeitor, desprezado,
cuspido, levado para lá e para cá, coroado com espinhos, com toda coisa
desprezível dita contra Ele, e morreu sob isso tudo, recorrendo ao poder do
direito contra a força. E esse poder do direito que O levou a morrer tem movido
o mundo desde então, e deve mover o mundo em nossos dias como nunca tem sido
movido antes. Tão logo DEUS possa ter as pessoas que professamente se apegam ao
princípio, de coração se atêm ao princípio e concentram o pensamento sobre
absolutamente nada e nunca esperam apelar a nada absolutamente a não ser ao
princípio absoluto do direito e da força dele, a que se aliaram e estão
devotados, então vemos e o mundo verá esse poder operando como nunca antes.
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