A mensagem de Waggoner e Jones

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O PODER DO DIREITO SOBRE O PODER DA FORÇA


Sermão nº 22 apresentado na
reunião da Conferência Geral de 1895
A.T. Jones


            Nossa lição esta noite começará com Efésios 1, versos 19-21. A lição é ainda o estudo do que temos em CRISTO onde Ele está. Esta é a parte daquela oração para que saibamos "qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do Seu poder; o qual exerceu ele em CRISTO, ressuscitando-O dentre os mortos, e fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais", ou existência celestial, como tivemos no segundo capítulo e sexto verso. E esse mesmo pensamento é dado em Fil. 3:8-10:
            "Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de CRISTO JESUS meu SENHOR: por amor do qual, perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a CRISTO, e ser achado Nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em CRISTO, a justiça que procede de DEUS, baseada na fé; para o conhecer e o poder da Sua ressurreição".
            Essa é a mesma coisa que o SENHOR deseja que saibamos, como registrado no texto, para que saibamos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu Ele em CRISTO, ressuscitando-O dentre os mortos". Agora, diz Paulo, "para O conhecer e o poder da Sua ressurreição". Isto é, não o Seu poder somente em ressuscitar Paulo dentre os mortos após ele ter morrido e sido depositado na sepultura. Não se trata disso. Mas conhecer o poder de Sua ressurreição agora enquanto vivemos; ou seja, o poder que nos é trazido por Ele, pelo qual somos crucificados com Ele, e somos mortos com Ele e com Ele sepultados, e depois vivificados com Ele e depois ressuscitados com Ele e sentados com Ele à direita de DEUS no céu. Este é o poder a que Ele Se referiu.
            Leiam este texto e verão que assim é:
            "Para que eu possa conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos".
            Ele deseja conhecer o poder da ressurreição de CRISTO a fim de alcançar por Si mesmo a ressurreição den­tre os mortos. O homem que nesta vida nunca conhece o poder da ressurreição de CRISTO nunca a conhecerá na outra vida. Verdadeiramente, Ele será levantado dentre os mortos, mas não conhecerá o poder que O ergueu dos mortos, de modo que quem não se familiarizar com o poder da ressurreição de CRISTO antes de morrer nunca co­nhecerá o poder da ressurreição de CRISTO a partir daquela morte.
            Existe a oração do SENHOR para que eu pudesse conhecer qual é a suprema grandeza de Seu poder para com o homem que crê, segundo a operação de Seu grandioso poder que operou em CRISTO quando Ele ressuscitou dentre os mortos e ali Se assentou. Nele conhecemos o poder que nos levanta da morte em ofensas e pecados jun­tamente com Ele, e nos assenta com Ele na existência celestial. Agora, Efés. 1:20,21:
            "Fazendo-O sentar à Sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro".
            Esse poder de DEUS que nos ressuscitou em CRISTO acima de todos os principados e potestades e força e domínio que existe no mundo, é o objeto de nosso estudo esta noite. Portanto, devemos estudar primeiro qual é a natureza desses principados e potestades que estão neste mundo. Antes disso, contudo, notemos uma vez mais que permanece o fato de que em CRISTO temos e devemos conhecer qual é o poder que nos ergue Nele e com Ele, aci­ma de todas os principados e potestades e força e domínio que estão neste mundo. Há uma separação da igreja e estado; há uma separação do mundo, que nos coloca no lugar onde temos a melhor proteção do que das potências deste mundo. Permanece esse fato da fé.
            Agora, quanto à natureza dessas potestades, leiamos isto no segundo capítulo para melhor relacionar:
            "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segun­do o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da deso­bediência".
            Há um espírito que opera neste mundo nos filhos da desobediência e esse espírito é o espírito deste prín­cipe da potestade do ar. O texto alemão reza, "após o príncipe que no ar reina; ou seja, após o espírito que neste tempo tem operado nos filhos da descrença".
            Anteriormente, quando estávamos mortos em pecados, andávamos "segundo o curso deste mundo, se­gundo o príncipe da postestade" do mundo.
            Agora, dessa palavra "príncipe" deriva a idéia de principalidade. Em formas monárquicas de governo há principados, ducados, reinos e impérios. Uma principalidade é a jurisdição, o território, ou domínio, de um prín­cipe; um ducado é o domínio de um duque; um reino, o domínio de um rei; um império, o domínio de um impe­rador. No texto, CRISTO nos levantou acima de todos os principados e potestades e assim por diante, o que há neste mundo e deste mundo. Ele nos ergueu acima do domínio do espírito que age nos filhos da desobediência.
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            Podemos alegrar-nos, portanto, e agradecer o SENHOR porque em CRISTO somos erguidos acima deste prín­cipe e de toda a sua jurisdição e todo o seu poder. Este é o pensamento, pois em CRISTO Ele nos levantou muito acima de toda principalidade e potestade e força e domínio que há neste mundo.
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            Agora o sexto capítulo de Efésios, começando com o verso dez:
            "Quanto ao mais, sede fortalecidos no SENHOR e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de DEUS, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo".
            Agora, quem é aquele contra quem o cristão deve combater neste mundo? No que se refere aos principa­dos e potestades e impérios deste mundo, quem é aquele contra quem o cristão deve combater? O diabo, "para que possais ser capazes de permanecer em pé contra as ciladas do maligno".
            Assim, quando qualquer governo é colocado contra qualquer cristão e interfere com ele e o persegue, está o cristão combatendo com ele? Não. Está combatendo o diabo. É sobre isso que desejamos fixar nossa mente. Devemos entender que quando governos, reinos, imperadores e governantes perseguem os cristãos, nos perse­guem, nada temos a ver com eles como tais. Não estamos guerreando contra eles. Não os estamos combatendo. Estamos combatendo contra o diabo e guerreando contra ele.
            E isso sugere um testemunho que veio na primavera passada em que foi declarado que os ministros nunca deviam se esquecer de manter perante o povo em toda parte e em todo o tempo que as lutas e comoções e conten­ções e conflitos que são apresentados exteriormente neste mundo não derivam simplesmente deste mundo e das coisas que vemos, mas são apenas o resultado, a operação exterior dos poderes espirituais que estão fora de vista, que todos esses elementos do mal que estão operando e que vemos aproximando-se tão depressa são simplesmente efeitos desse poder, desse espirito, que está por detrás deles. E as instrumentalidades que vemos espalhando por toda parte a mensagem do SENHOR e levando avante a sua obra, demonstra neste lado que isso é simplesmente a atuação exterior do ESPÍRITO e poder de DEUS por trás deles. E é dada a palavra que nós ministros cuidemos para chamar a atenção das pessoas ao fato de que todas essas comoções e conflitos e contenções entre o certo e o erra­do são simplesmente o conflito entre JESUS CRISTO e Satanás--que esse é o grande conflito de todas as épocas.
            É-nos tão fácil fixar a mente sobre os homens e governos e poderes e pensar que estamos contendendo com eles. Não. Não temos conflito com os governos. Nada temos que fazer contra os governos, porque está escri­to que toda alma deve sujeitar-se às "autoridades superiores". Não temos que contender contra o governo. Todo cristão sempre estará em harmonia com qualquer lei correta que qualquer governo estabeleça. Assim ele nunca se indaga sobre que lei será formulada, desta ou daquela maneira, nesse respeito, desde que o governo legisle dentro de sua própria jurisdição, que lhe foi estabelecida por DEUS.
            Quando César sai desse quadro e avança além de sua jurisdição para o reino de DEUS, então, logicamen­te, toda lei que cria, com ela conflitará o cristão, porque ele está certo e a outra coisa errada. O cristão não tem que mudar de atitude, mas o outro poder tem. Portanto, não devemos ter nossa mente sobre se estamos conten­dendo contra o governo ou não. Nada temos a ver com isso. Devemos ter nossa mente sobre o fato de que se o governo deixa de estar em harmonia com o direito e assume tal curso de ação que se conflita conosco, não deve­mos então contender com ele--estamos sempre contendendo contra o diabo. Não combatemos contra carne e san­gue. Os governos são carne e sangue. Os homens, os tribunais, juízes, legisladores--eles são carne e sangue.
            Não lutamos contra carne e sangue, mas contra principados, contra potestades, contra os dirigentes das trevas deste mundo, contra espíritos malignos em lugares elevados (leitura marginal).
            A margem diz, "nos lugares celestiais", que se referiria a essa jurisdição celestial em que JESUS CRISTO reina. A tradução verbal deste sexto capítulo e verso doze assim reza: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes".
            São as mesmas regiões celestes aonde DEUS nos ergueu com Ele, e nos estabeleceu com Ele nos lugares celestes acima de todos os principados e poderes e força e domínio que existem sobre a terra. Assim, essa versão marginal do verso é a correta. "Forças espirituais do mal nos lugares celestes".
            A versão alemã traz um texto com mais força, segundo o original grego. Assim reza: "Pois não é contra carne e sangue que temos de contender, mas com príncipe e potência; isto é, com o senhor do mundo". Este é o deus deste mundo--Satanás. Assim, não temos que combater carne e sangue, mas o senhor do mundo; "Isto é, com o senhor do mundo que nas trevas deste mundo reina, com os espíritos baixos sob o céu".
            Isso é forte. Isso tem poder. Vemos quem ele é--é o senhor deste mundo. É ele contra quem nós--o que reina na escuridão deste mundo--o príncipe deste mundo, que nas trevas deste mundo reina.
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            Agora sabemos, ou pelo menos devíamos saber, que não demorará muito até que o domínio desta terra esteja sob a regência do senhor deste mundo, que reina na escuridão e todos estarão unidos num, e visando à ver­dade de DEUS e àqueles em quem ela é representada neste mundo. Agora desejo que todos saibam que em breve ali estaremos. Desejo que cada adventista do sétimo dia soubesse aquilo que é o fato, que estamos no ponto agora em que todos os reinos e domínios da terra estão, como tais, firmados contra a verdade de DEUS. Mas se houver aqueles (não digo que há) que agora não saibam disso, será isso num tempo bem breve", na maneira em que as coisas têm-se desenrolado ultimamente e estão se desenvolvendo agora, antes que sejam forçados a reconhecê-lo.
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            Como mencionei aqui antes, os Estados Unidos têm mantido perante o mundo e sempre se manteve, como a própria cidadela da liberdade de direito e liberdade de consciência, e a Suíça era o único pequeno país, a única pequena república, na Europa onde esta era quase mais completa. Contudo, a Suíça e os Estados Unidos são os dois países agora sobre a terra que estão fazendo o máximo contra o remanescente e a semente da igreja que observa os mandamentos de DEUS e tem o testemunho de JESUS CRISTO. [snfase do editor]. E a Inglaterra agora uniu-se ativamente a essas nações. Agora, quando esses países que têm sido exemplares no mundo, dos direitos dos homens e da liberdade de consciência, colocam-se contra DEUS e contra sua verdade--então não é tempo de aprendermos que todo o mundo está agora sob a regência de Satanás, pronto para ser lançado contra a verdade de DEUS e o poder de JESUS CRISTO?
            Contudo, em face disso tudo, digo que em CRISTO estamos todos certos, pois Nele opera aquele po­der que nos ressuscita, com Ele, dentre os mortos e que nos assenta à direita de DEUS na existência celestial, muito acima de todos os poderes e força e domínio e principados que estão sobre a terra e na mão de Sata­nás. E exatamente agora, ao sermos forçados nesse conflito, não é bom que o SENHOR JESUS venha com Sua bendi­ta verdade brilhar perante nós e erguer-nos para onde Ele se assenta, de modo que saibamos que estamos acima de todas as coisas todo o tempo e triunfamos sobre elas?
            Agora estudaremos essas coisas um pouco mais; tratamos suficientemente sobre os principados. Mas ele diz que nos ergueu bem acima de todo principado e potestade.
            Essa palavra "poder"; pode examinar este termo o quanto quiser no original grego e verá que o sentido absoluto do termo é o poder de autoridade exercido no sentido de "força contra o direito". É isso o que a palavra significa. A tradução literal é autoridade. Há empregos adaptados para a palavra, é verdade, à parte do sentido absoluto. Nos usos adaptados, o caráter do poder é provado pelo relacionamento em que se apresenta. Por exem­plo, se essa palavra devesse ser empregada com respeito ao poder de CRISTO e a autoridade do SENHOR, ela seria autoridade apropriada e legítima, logicamente, porque se trata da autoridade do SENHOR. Mas quando empregada com respeito aos poderes deste mundo, em todo exemplo assume suas associações da natureza deste mundo e o espírito que aqui prevalece e então remonta ao sentido absoluto, que é a autoridade e poder da "força contra o di­reito".
            Onde começou neste universo o pressuposto de qualquer autoridade ou poder da força contra o direito? Originou-se na rebelião de Lúcifer naquela presunção do eu, no passado remoto. Ele trouxe esse poder e o ligou sobre este mundo pelo engano quando obteve posse deste mundo. Portanto, esta palavra é apropriadamente em­pregada para demonstrar que quando DEUS em CRISTO nos ergue acima de todo principado e potestade deste mun­do, está acima desse poder de força contra o direito, que é o poder de Satanás, tal como ele trouxe para este mun­do e o emprega neste mundo.
            Isso simplesmente realça o pensamento que mencionamos momentos atrás, de que nosso conflito é sim­plesmente o conflito levado a efeito desde o início entre os dois poderes espirituais, entre os poderes legal e ilegal, entre o poder do direito contra a força, e o poder da força contra o direito. O conflito é entre esses dois poderes espirituais. Temos estado sob o poder da força contra o direito. JESUS CRISTO nos trouxe o conhe­cimento do direito contra a força--O PODER DO AMOR. Nós perdemos de vista o domínio do poder da força contra o direito--o poder da força, e temos nos aliado ao poder do direito contra a força--o poder do amor. E ago­ra o conflito é entre esses dois poderes espirituais. Sejam quais forem os instrumentos empregados neste mundo como manifestação exterior desse poder, o conflito é sempre entre os dois poderes espirituais, JESUS CRISTO e o príncipe caído.
            Sigamos isto, então, um pouco mais, e vejamos onde temos a vitória e onde Ele nos tem trazido a vitória sobre esses poderes ilegais, esse poder da força contra o direito. Leiamos em Colossenses 2, começando com o verso nove:
            "Porquanto Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também Nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de CRISTO; tendo sido sepultados juntamente com Ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de DEUS que O ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com Ele [CRISTO], perdoando todos os nossos delitos".
            Vivificados com Ele. Podem ver que é a mesma história que lemos no segundo capítulo de Efésios uma noite dessas--que Ele nos vivificou e nos levantou Consigo dentre os mortos e nos fez assentar Consigo onde Se assenta. Mas agora vem a chave de como essa vitória nos veio Nele. "E, despojando os principados e as potesta­des, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando na cruz", ou, como diz a versão alemã, "triunfando sobre eles em si mesmo". Col. 2:15. A palavra "potestades" aqui é a mesma palavra no grego que expressa esse poder da força contra o direito. Não preciso recorrer à parábola que JESUS apresentou: Satanás foi aquele que originou a autoridade da força contra o direito. Pelo engano ele tornou-se cabeça deste mundo assumindo o controle daquele que era o cabeça do mundo. E tendo posto Adão sob o seu controle, tornou-se o cabeça desse domínio, o cabeça deste mundo, e o cabeça de todo principado e poder no mundo e do mundo.
            Mas alguém mais forte do que ele veio ao mundo. Sabemos que é mais forte porque a batalha tem sido levada a cabo e vencida. Um segundo Adão veio, não como o primeiro Adão foi mas como o primeiro Adão tinha levado os seus descendentes a serem na época em que veio. O segundo Adão veio no contexto da degeneração da raça ao ponto em que havia chegado a partir do primeiro Adão. Esse segundo Adão veio assim e disputou o domí­nio deste que tinha tomado posse. O conflito foi entre esses dois sobre a terra. Foi um conflito quanto a se o espó­lio deveria ser dividido ou deveria ser mantido intacto nas mãos daquele que o havia tomado pela força contra o direito. Aquele que veio para este domínio rebelde provou-Se mais forte do que o que havia tomado posse e Ele o derrotou em todo ponto enquanto viveu. Então, a fim de mostrar ao universo quão completamente mais poderoso Ele é do que o outro, JESUS não somente derrotou a Satanás em cada passo enquanto estava vivo, mas após isso, entregou-Se, morto, nas mãos, ao poder desse outro que estava com a possessão. E aquele que tinha a posse tran­cou-o na fortaleza, morto, e mesmo ali Ele desfez o poder de Satanás. Assim, CRISTO demonstrou que não é so­mente mais forte do que Satanás quando está vivo. Quando morto Ele foi mais forte do que Satã, e, portanto, saiu da tumba e exclamou perante o universo: "Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno". Muito bem! Ele está vivo agora, graças ao SENHOR!
            Bem, então se quando morto CRISTO é mais forte do que todo o poder do diabo, o que um CRISTO vivo não poderá realizar, sendo Aquele que se assenta à direita de DEUS hoje? Haverá terreno para nos sentirmos desani­mados? Haverá razão para temor, mesmo na presença de todos os principados e potestades e força e domínio que o diabo possa reunir sobre a terra? Não. Pois Aquele que é conosco vive agora, quando a morte era mais forte do que Satanás com todo o seu poder. Agora JESUS está vivo para sempre; nós estamos vivos com ele; e o Seu poder é posto à nossa disposição--Seu poder vivo. Seu poder como morto seria suficiente, não é mesmo? Mas Ele não para aí. É o poder vivo. Alegrem-se e regozijem-se e conquistem-no.
            JESUS veio ao domínio e, por fim, adentrou a própria cidadela da fortaleza e a fortaleza da cidadela desse poder ilegal, desse que mantinha o poder deste mundo de força contra o direito. Aquele que é mais forte do que ele, entrou, e tomou posse e veio, trazendo a chave, e Ele ainda a detém. Graças a DEUS! Então, se esse poder ilegal pudesse levar-nos ao mesmo lugar, à prisão, está certo. Ele não nos poderá manter ali, pois nosso Amigo tem as chaves. Quando Ele deseja que saiamos, a chave é girada, a porta é escancarada, e saímos para fora. E para mostrar quão completamente Ele possuía as chaves, quando saiu trouxe as chaves e as mantém ainda e para sempre. Por essa razão está escrito:
            "E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de CRISTO. Por isso diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens". Efés. 4:7,8.
            Ele espoliou principados e potestades; levou uma multidão de cativos deste domínio de Satã da morte quando saiu. Está escrito no capítulo vinte e sete de Mateus, versos 51-53, falando do tempo da crucifixão de CRISTO:
            "Tremeu a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormi­am, ressuscitaram; e saindo dos sepulcros depois da ressurreição de JESUS, entraram na cidade santa e apareceram a muitos".
            As sepulturas foram abertas durante a Sua crucifixão. Quando saíram? Após Sua ressurreição. Indiscuti­velmente. Quando Ele saiu, está escrito, Ele dividiu o espólio. Quando Ele saiu, levou uma multidão de cativos, e quando ascendeu ao alto, conduziu-os ao alto em Seu cortejo de cativos recuperados da terra do inimigo. Esta é a figura aqui referida, no que espoliou principados e potestades  e feito uma grande parada deles abertamente, triun­fando sobre eles com isso. A palavra "triunfo" aqui refere-se ao triunfo romano. O triunfo romano era concedido ao general romano que tivesse ido a um país inimigo, combatido o inimigo, tomado espólio e cativos de lá trazen­do-os para a sua própria cidade. Se qualquer dos cidadãos romanos fossem cativos naquela terra, ele o traria de volta. E quando sua vitória fosse completada e ele tivesse retornado, o Senado lhe concederia um triunfo. Em seu triunfo ele era assentado numa grande e bela carruagem, tendo seis ou mais dos mais portentosos cavalos de uma só cor, e ele, puxado por tais animais, com todo o despojo e os cativos em cortejo, desfilaria pelas ruas de Roma por toda parte da cidade--e toda a população  sairia  para  honrá-lo em seu triunfo.
            JESUS CRISTO, o conquistador em nosso benefício, veio a esta terra do inimigo, combateu nossas bata­lhas--nós éramos prisioneiros, tomados sob o poder desse ser ilegal; nosso Amigo veio aqui, nosso General com­bateu nossas batalhas integralmente; Ele foi à fortaleza do inimigo e a invadiu, penetrando a cidadela. Ele trouxe as chaves. Tomou o espólio. Ele traz os cativos e os conduz em triunfo para o Alto, para sua própria cidade glo­riosa. Agora, "graças sejam dadas a DEUS que sempre nos leva ao triunfo" em CRISTO. Nele triunfamos sobre este poder ilegal, aquele que constitui o poder da força contra o direito. E em seu triunfo sobre Satã é exibido perante o universo reunido o poder do direito contra a força.
            Notemos agora: O poder do direito contra a força nunca pode empregar qualquer força. Percebem a questão? Não percebe que nisso jaz o próprio espírito que é chamado de cristãos, ou seja, o próprio ESPÍRITO de JESUS CRISTO, que é a não-resistência? Poderia CRISTO empregar força ao demonstrar o poder do direito contra a força? Não.
            Manter o poder da força contra o direito, o poder deve ser empregado em toda oportunidade, porque essa é a única coisa que pode ser usada para vencer. Nessa causa o direito tem somente uma consideração secundária, se tem alguma.
            Por outro lado, o poder do direito contra a força, está no direito, não na força. A força é o próprio direi­to. E aquele que toma partido pelo princípio do direito contra a força e em quem isso pode ser demonstrado nunca pode apelar a qualquer tipo de força. Ele nunca a pode empregar em defesa do poder do direito. Ele depende do poder do próprio direito para vencer, e para obter todo o poder da força que possa ser levantada contra Ele. Esse é o segredo.
            Não percebem, então, que isso explica numa palavra por que é que CRISTO assemelhava-se a um Cordeiro na presença daqueles poderes e dessa força que foi trazida contra Ele? Nada tinha a ver com o emprego de qual­quer força opondo-se-Lhe. Quando Pedro puxou a espada e quis defendê-Lo, Ele disse: "Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão".
            Quando nos damos conta disso, todas as coisas serão explicadas quanto ao que faremos aqui, ali, ou nou­tro lugar. Temos nos aliado ao poder do direito contra a força--o poder do amor. E JESUS CRISTO morreu como um malfeitor, desprezado, cuspido, levado para lá e para cá, coroado com espinhos, com toda coisa desprezível dita contra Ele, e morreu sob isso tudo, recorrendo ao poder do direito contra a força. E esse poder do direito que O levou a morrer tem movido o mundo desde então, e deve mover o mundo em nossos dias como nunca tem sido movido antes. Tão logo DEUS possa ter as pessoas que professamente se apegam ao princípio, de coração se atêm ao princípio e concentram o pensamento sobre absolutamente nada e nunca esperam apelar a nada absolutamente a não ser ao princípio absoluto do direito e da força dele, a que se aliaram e estão devotados, então vemos e o mun­do verá esse poder operando como nunca antes.

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