A mensagem de Waggoner e Jones

Todos os sermões e livros escritos sobre Waggoner e Jones em português que a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a IASD movimento de reforma escondem de seus membros.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Verdadeiro Derramamento do Espírito Santo


Como Reconhecer o Verdadeiro Derramamento do Espírito Santo

Algumas vezes, os alunos na escola têm enfrentado o desafio de ter que estudar para um exame final onde tudo se resume em responder a uma única pergunta. Porém esta é tão abrangente e decisiva, que coloca a prova as suas capacidades.

Pode muito bem ser que a prova final para o povo de Deus consista em uma só questão: Ele será capaz de reconhecer o derramamento do Espírito Santo? É bem provável que você se encontre tendo que confrontar duas demonstrações paralelas: de um lado, a autêntica, do Espírito Santo; e de outro, uma extraordinariamente sutil, porém falsa imitação. A questão única e crucial será: Qual é qual.

Antes do início do derramamento da chuva serôdia em 1888, E. White declarou que deveríamos enfrentar falsificações do Espírito Santo muito enganosas. Nossa escolha de qual é qual pode determinar nosso destino eterno:
“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto pastores como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito” (O Conflito dos Séculos, p.464).

O título do capítulo onde se encontra esta declaração (o 28 – Em espanhol), está no original como “Reavivamentos Modernos”, e expõe muitas das falsas idéias que foram populares entre os reavivadores da última parte do século XIX. Nenhuma falsificação pode enganar àquele que possui uma correta compreensão da “justificação pela fé”. Mas no século passado havia considerável confusão, e hoje aumentou ainda mais. O subjetivismo dos movimentos “pentecostais” modernos têm suas raízes nos reavivamentos anteriores a 1888, que se estenderam pelas igrejas populares.

O movimento pentecostal moderno tem feito grandes esforços para conseguir a simpatia da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Citaremos um exemplo:
“Na igreja cristã sopra hoje uma brisa refrescante, purificadora e revigorante. Até certo ponto, toda a denominação sente os efeito dessa brisa...
Este reavivamento ou renovação carismática, como se tem chamado, vem de Deus. Foi iniciado por Deus e é levada adiante por Ele mesmo. Fortalece-se pelo Espírito Santo para a glória de Deus. Uma vez mais o Espírito Santo se manifesta a si mesmo como o mesmo poder e dons que caracterizou a era apostólica.” (Full Gospel Business Men’s Fellowship Voice, março, 1967).

Um membro da Igreja Adventista contou sua história que assim foi publicada na revista Insight:
“Durante dois anos esperei esta... maravilhosa experiência do batismo,... e não a pude encontrar em minha própria igreja... Não estávamos desejando tudo aquilo que Deus tem para oferecer-nos, Compreende?... falar em línguas. Mas eu queria aquilo que Deus queria dar-me. E o buscava. Deus me fez derrubar as barreiras do denominacionalismo, e fui a outros lugares, e finalmente, no dia 29 de março de 1970, no Domingda Páscoa, Deus derramou em mim seu Espírito e deu-me a maravilhosa evidência que havia prometido – o Espírito manifestou-se a mim – e habilitando-me a dar expressão pelo Espírito, cantei na maravilhosa linguagem do céu”.

O autor do artigo em que esta declaração é citada, continua explicando as circunstâncias. Os adventistas estavam sendo “convertidos”:
“A única coisa incomum deste testemunho é que foi dado por um adventista. Na sede da Full Gospel Business Men’s Fellowship International, em Riverside (Califórnia), na primavera de 1972, aconteceu um encontro. Esta reunião começou clamando a Deus por sinais e maravilhas. E terminou com um plano para trazer o batismo do Espírito Santo, dom de línguas inclusive, para a Igreja Adventista.
Os empresários presentes ofereceram 2.500 dólares para enviar uma publicação de sua organização – The voice (A voz) – aos pastores adventistas de todo o mundo. É uma publicação cheia de milagres, informativos de curas, línguas desconhecidas, revelações proféticas, e todos estes fenômenos característicos do movimento carismático” (Insight, 15 de maio de 1973, p. 13 e 14).

Se este “Espírito Santo” era uma falsificação, onde está o genuíno? Em alguma parte deve estar o genuíno, já que temos estas promessas divinas:
“E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. E mostrarei prodígios em cima no céu; e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Atos 2:17-21).
“Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada com a sua glória. E ele clamou com voz forte, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de toda ave imunda e detestável. Porque todas as nações têm bebido do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apoc. 18:1-4).

Há uns setenta anos atrás, um presidente da Associação Geral reconheceu o cumprimento inicial da profecia deste “quarto anjo” na mensagem de 1888:
“Em 1888 veio à Igreja Adventista do Sétimo Dia uma mensagem de despertamento bem definida. Na ocasião foi chamada de ‘a mensagem de Justificação pela Fé’. Tanto a mensagem quanto a maneira em que chegou causaram profunda e duradoura impressão na mente de ministros e povo, e o passar do tempo não tem apagado da memória essa impressão. Até o presente, muitos daqueles que ouviram a mensagem quando ela veio estão profundamente interessados nela e preocupados a seu respeito. Por todos esses longos anos têm eles mantido firme convicção, e alimentado acariciada esperança de que algum dia esta mensagem receba preeminência entre nós, e que realize a obra de purificação e regeneração na igreja, sendo, como crêem, o propósito para o qual o Senhor a enviou.” (A.G. Daniells, Christ Our Righteousness, p. 23. Edição em português, p. 25 – Casa Publicadora Brasileira).

Daniells se viu constrangido a acrescentar: “A mensagem nunca foi recebida, nem proclamada, nem obteve livre curso como deveria a fim de transmitir à igreja as imensuráveis bênçãos que estavam nela envolvidas” (Id., p. 47 – Em português p. 53). As publicações denominacionais demonstram a veracidade da declaração anterior. Com exceção dos conceitos implícitos nos escritos do Espírito de Profecia, uma investigação indica que nas décadas anteriores e posteriores a 1926, a mensagem de 1888 propriamente dita, foi tão perdida e enterrada como Pompéia debaixo das cinzas do velho Vesúvio. Podemos ter muita da assim chamada justificação pela fé, mas ela é bem diferente da luz que o Senhor deu para este povo na mensagem de 1888. E não somente o movimento carismático tem feito tentativas para seduzir a igreja remanescente mediante um evangelho exageradamente subjetivo, mas o extremo oposto de um evangelho do tipo calvinista, puramente objetivo, tem tomado vantagem de nossa enorme ignorância quanto ao conteúdo da mensagem de 1888.

E. White animou a igreja a crer que o verdadeiro derramamento do Espírito Santo viria com a mensagem de 1888:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifestava na obediência a todos os mandamentos de Deus... É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida” (1895, Testemunhos para Ministros, p. 91, 92).

Entre os aliados a E. White, a convicção geral era que a chuva serôdia havia começado. Temos aqui um exemplo (fala A.T. Jones):
“Há pouco recebi da Austrália uma carta do irmão [G.B.] Starr. Lerei duas ou três frases que vêm à tona neste ponto de nosso estudo: – A irmã White diz que estamos no tempo da chuva serôdia desde o encontro de Minneapolis [em 1888]” (General Conference Bulletin, 1893, p. 377).

Dois anos antes E.J. Waggoner havia reconhecido o seguinte:
“Quando temos uma firme fé de que Cristo habita em nós, podemos ir trabalhar pelos outros com poder, e unir nossas vozes com as dos anjos do céu, e então a mensagem abrirá passo com o alto Clamor... Esta noite me alegro na crença de que o alto clamor está começando” (Id., 1891, p. 245, 246).

Reproduzimos aqui o registro da confissão feita pela congregação reunida na Assembléia da Associação Geral de 1893. A.T. Jones pergunta, e a congregação responde:
“Quando esta mensagem da justiça de Cristo começou conosco como um povo? [Um ou dois na audiência: ‘Três ou quatro anos atrás’] Quanto tempo, três ou quatro anos? [Congregação: ‘Quatro’]. Sim, quatro. Onde foi isso? [Congregação: ‘Minneapolis’] O que os irmãos da liderança rejeitaram em Minneapolis? [Alguns na congregação: ‘O alto clamor’] Qual é essa mensagem de justiça? O Testemunho nos tem dito o que é; o alto clamor – a chuva serôdia. Então o que os irmãos naquela tremenda postura que tomaram, rejeita­ram em Minneapolis? Rejeitaram a chuva serôdia, o alto clamor da terceira mensagem angélica.” (Id, 1893, p. 183).

Unamo-nos imaginariamente com a congregação que esta noite escutava em silêncio:
“Irmãos, o tempo é chegado para assumir esta noite o que lá rejeitamos [em Minneapolis, quatro anos antes]. Nenhuma alma dentre nós jamais foi capaz de sonhar ainda com as maravilhosas bênçãos que Deus tinha para nós em Minneapolis, e que já estaríamos desfrutando por esses quatro anos, se os corações houvessem estado prontos para receber a mensagem que Deus enviou. Estaríamos quatro anos à frente, e no meio das maravilhas do próprio alto clamor esta noite. Não nos dizia o Espírito de Profecia ali, naquele tempo, que a benção rondava sobre nossas cabeças?” (Id.)

O.A. Olsen, presidente da Associação Geral, foi impressionado por esta apresentação. No dia seguinte descobriu sua alma diante dos delegados:
“A presença de Deus está tornando este lugar cada vez mais solene. Penso que ninguém entre nós jamais têm estado numa reunião como esta. O Senhor certamente virá muito em breve, e está revelando mais e mais coisas, coisas que até então não temos apreciado ou entendido tão plenamente...
Senti-me muito solene na noite passada. Para mim o lugar era terrível em função da proximidade de Deus, em função do solene testemunho que nos foi transmitido aqui...
Alguns podem sentir-se melindrados ante a idéia de que Minneapolis seja citado [nestas reuniões, 1893]. Sei que alguns se sentiram ofendidos e melindrados ante qualquer alusão àquela assembléia, e à situação ali. Mas tenhamos em mente que a razão porque alguém deva sentir-se assim é um espírito insubmisso de sua parte... A própria idéia de que alguém se melindra revela imediatamente a semente da rebelião no coração.” (Id., p. 188).

Outro entre os oradores de destaque em 1893 que reconheceram, pelo menos parcialmente, o que estava acontecendo, foi W.W. Prescott:
“Quando penso que durante quatro anos temos estado no tempo da chuva serôdia, e que Deus tem desejado derramar seu Espírito para a restauração destes dons, que sua obra poderia avançar com poder; e desejado que nos uníssemos alegremente na obra cooperando com Ele de todo coração, sinto que nós temos sido as mãos que estão impedindo e os pés que não estão querendo andar; e que melhor poderia ser que Ele permitir o quebrantamento de nossa alma, se esta tem resistido” (Id., p. 463)

Desde as amareladas páginas do Bulletin de 1893 somos tomados pela expectativa da iminente chuva serôdia. Desde os gloriosos dias do clamor da meia noite de 1844, os corações do povo de Deus não haviam palpitado com uma esperança escatológica tal!
“Então, quando a mensagem da justiça de Deus – a justiça de Deus que é pela fé em Jesus Cristo, a justa obra de Deus – quando a aceitamos, quando consentimos em recebe-la, e quando seu povo a mantêm, o que significa isto, em relação com a obra de Deus na terra? – Não se passará se não um tempo muito breve até que tudo seja feito...
Agora é o tempo em que em breve será terminada a obra, e estamos no meio das cenas que irão concluir a história deste mundo... contudo a chuva serôdia é a doutrina da justiça. Quando começamos como povo com a mensagem da justiça de Cristo? [Um ou dois no auditório: ‘Há três ou quatro anos’. Quando? Três? Ou quatro? [Congregação: ‘Quatro’] Sim, quatro. Onde foi? [Congregação: ‘Em Minneapolis’]...
Agora bem, a mensagem da justiça de Cristo é o alto clamor. É a chuva serôdia.” (Id., p. 243).

Não teria a congregação naquela noite ficado assombrada ao saber que se passariam pelo menos uma grande parte de todo o século antes que fosse ouvido o chamado misericordioso de Deus? Na história da Igreja Adventista se tem escrito muitos livros desde então. Estranhamente nenhum tem revelado o significado real da mensagem de 1888 na história, exceção feita ao livro de L.E. Froom, Movement of Destiny, publicado em 1971. Froom identifica sem vacilar a mensagem de 1888 como o começo da chuva serôdia:
“Houve, pois, nos anos noventa, não somente uma exposição, mas uma manifestação do poder da justiça pela fé como uma antecipação do poder destinado a culminar com o alto clamor, do qual foram dadas manifestações práticas. A irmã White manifestou expressamente que o que estava acontecendo era na realidade o princípio da chuva serôdia. (p. 345).
A mensagem de Minneapolis veio a ser muito preciosa para o coração de [F.H.] Westphal. Ele disse que era ‘doce música para sua alma’. Regressou a Plainfield, Wisconsin, e fez conhecer à igreja que a chuva serôdia havia começado. Como resultado, um fazendeiro vendeu sua terra, dedicou grande parte de seu dinheiro para a obra do Senhor, começou a colportar e foi finalmente ordenado para o ministério. (p. 262).
Quem nega que o alto clamor começou em 1888, contesta a veracidade do Espírito de Profecia. Quem afirma que a chuva serôdia não começou a cair, desafia a integridade da mensagem que Deus entregou. (p. 667).
Como sabe todo estudioso deste tema, essas verdades de 1888 não alcançaram sua plenitude, tal como dizem que deveria alcançar e alcançarão antes e a medida que entrarmos em nossa fase final de testemunho ao mundo. Vem a ser então de uma forma bem definida, a parte central de nossa apresentação final ao mundo. Os ‘movimentos finais’ serão ‘rápidos’, plenos do Espírito, centrados em Cristo, plenos da mensagem, movimentos repletos da justificação pela fé... As verdades gloriosas de 1888 triunfarão.” (p. 521).

A “bem-aventurada esperança” que sustentou os pioneiros adventistas foi a de ver Jesus pessoalmente em Seu retorno, e ser trasladados sem ver a morte. A mensagem de 1888 reavivou esta esperança de trasladação. A.T. Jones citou a declaração que encontramos em Jóias do Testemunho [Joyas de los Testimonios em espanhol – não sei se existe seu equivalente em português], volume I, p.187: “Aqueles que resistem em cada ponto, que suportam cada prova e vencem, a qualquer preço que seja, são os que escutaram o conselho da Testemunha fiel e receberam a chuva serôdia, e estarão preparados para a trasladação”. Mas se isto não parece o suficiente:

 “Irmãos, é aqui onde estamos. Vamos agir em conseqüência. Vamos dar graças ao Senhor por estar se relacionando conosco, para salvar-nos de nossos erros e perigos, para guardar-nos de caminhos enganosos, e para derramar sobre nós a chuva serôdia, a fim  de que possamos ser trasladados. Isto é o que esta mensagem significa para mim e para vós: trasladação” (General Conference Bulletin, 1893, p. 185).

Poucos dias depois voltou ao mesmo tema:
“Irmãos, não é de grande ânimo o pensamento de que... a chuva serôdia irá nos preparar a trasladação? Agora, onde deve ser derramada a chuva serôdia, e quando? Agora é o tempo para a chuva serôdia, e quando é o tempo para o alto clamor? [Voz: ‘Agora’] Para o que irá preparar-nos? [Voz: ‘Para a trasladação’]. Muito me anima considerar que as provas que o Senhor está nos dando agora são para preparar-nos para a trasladação. E quando Ele vem e fala a você e a mim, é porque quer trasladar-nos, porém não pode trasladar o pecado, evidentemente. Portanto, seu único propósito ao nos mostrar as dimensões do pecado é poder salvar-nos dele e trasladar-nos. Ficaremos desanimados quando Ele nos mostra nossos pecados? Não; agradeçamos-lhe que queira nos trasladar, e quer fazê-lo até o ponto de distanciar nossos pecados do caminho antes possível” (Id., p. 205).

A clara apresentação da mensagem da reforma pró-saúde guardou estreita relação com a noção de preparação para a trasladação:
“Agora, ali mesmo existe outra coisa. Estamos vivendo a vista de outra terrível circunstância, ou seja, se essa mensagem que devemos agora dar não é recebida, podemos ter como certa a funesta consequência de que será recebido em seu lugar o vinho da ira de Deus... E a obra que irá nos enfrentar com o fato aqui mencionado já começou. Portanto, isto não irá dar uma força à mensagem da reforma pró-saúde, que até então ela não tem tido? Quando a reforma pró-saúde foi dada ao povo de Deus, foi definida como aquela que haveria de preparar o povo de Deus para a trasladação... porém devemos passar pelas sete últimas pragas antes de ser trasladados; e se o sangue de um homem é impuro e cheio de substâncias inapropriadas, será ele capaz de superar este tempo, no qual o ar estará envenenado de doenças? Certamente não poderá” (A.T. Jones, Id., p.  8, 89).

Houve um relevante acontecimento nacional que encheu o período de 1888 de surpreendente significado. Os adventistas sempre haviam acreditado que de forma virtualmente simultânea com o derramamento do Espírito Santo na chuva serôdia, viria a lei dominical nacional prefigurada na profecia da marca da besta. Em dois séculos de história nacional, o Congresso americano nunca havia estado tão perto de aprovar uma lei dominical nacional como esteve durante o auge da justificação pela fé em 1888. “Em 1888, o senador H.W. Blair de New Hampshire apresentou um documento dominical ao Congresso dos Estados Unidos, fortalecendo o domingo em todos os territórios federais como ‘dia de adoração’. E também uma emenda educacional-religiosa à Constituição (Seventh-Day Adventist Encyclopedia, edição revisada, p. 1437). Imediatamente antes da sessão da Assembléia Geral de 1888 em Minneapolis, E. White escreveu:

“Vemos que estão sendo feitos esforços para restringir nossas liberdades religiosas. A questão do domingo está assumindo grandes proporções. Apressa-se no Congresso uma emenda à Constituição, e se prosperar, a opressão não tardará” (Review and Herald, 8 de dezembro de 1888).

A.T. Jones mal havia terminado suas obrigações na sessão da Conferência Geral de 1888, quando foi chamado para Washington, D.C. para fazer uma apresentação diante do Comitê de Educação e Trabalho do Senado dos Estados Unidos, no dia 13 de dezembro de 1888 (“A Lei Dominical Nacional, Discussão de A.T. Jones”. Oakland, Califórnia, American Sentinel, 1890). O êxito de Jones ao se opor ao documento de Blair deram, naturalmente, mais destaque as apresentações sobre a justificação pela fé. A agitação posterior em relação ao domingo, ocorrida no final de 1893, na Feira Mundial de Chicago, produziu um clima tenso entre os delegados da sessão da Assembléia deste ano:

“Para começar, e para assentar as bases daquilo que está por vir, daremos uma olhada na situação diante de nós tal como é nesta noite, no governo dos Estados Unidos. E por esta razão, vou relatar as experiências que tenho escutado recentemente em Washington. (Bulletin, p. 399).
Quando [o Congresso] colocou ali esta restrição, e manifestou que os responsáveis deveriam fazer um acordo para fechar a feira mundial no domingo, - ‘o Sábado [Sabbath] cristão’, como o Congresso qualificou o domingo – antes de receber qualquer remuneração, houvesse exigido com o mesmo direito que o diretor da Feira Mundial se submetesse ao batismo cristão antes de receber qualquer pagamento...
Se o Congresso pode definir qual é o Sábado [Sabbath] cristão, então pode requerer qualquer outra coisa na religião cristã (Id, p. 50).
Essas são algumas das coisas que estão ocorrendo diante de nós. Agora o estudo será sobre o que está preste a vir sobre nós, em vista do que está acontecendo agora. Quando vermos isso, como o Testemunho tem dito, veremos a necessidade, reconheceremos a necessidade de que o Espírito Santo seja reconhecido, recebido, presenteado ao povo. E como tem falado o irmão Prescott, é aqui onde estamos, irmãos. A única pergunta é: buscaremos a Deus para o poder de seu Espírito Santo?” (Id., p. 52).

Aqueles que estavam alertas dentre o nosso povo, foram impressionados, como não poderia deixar de ser. O Congresso havia declarado que o “sábado [sabbath] cristão” era o domingo. O clero se manifestava a ponto de pisotear as convicções dos guardadores do sábado. Nosso povo se manteve meditando neste texto familiar: “Já é tempo de operares, ó Senhor; têm quebrado a Tua lei” (Sal. 119:126). O pastor Jones fez um poderoso apelo:

“Não é esta palavra a oração que Deus tem colocado em nossos lábios neste tempo?... estais vivendo um dia após o outro... diante deste terrível fato, que é tempo pra o Senhor agir, se é que Sua integridade deve ser mantida em todo o mundo?... Leva-nos a ponto de uma consagração tal como nenhuma de nossas almas havia sonhado ante; uma consagração, uma devoção, que nos mantenha na presença de Deus, com esse grandioso pensamento de que ‘Já é tempo de operares, ó Senhor; têm quebrado a Tua lei.’” (Id., p. 73).

A justiça pela fé carece de significado a menos que motive à consagração com sacrifício e ao serviço. A mensagem de Jones e Waggoner era eficaz e prática na medida que demandava e motivava uma devoção completa:
“Devemos advertir as pessoas do mundo contra este poder [a besta e sua imagem]... e atraí-los para fora dele, em direção a Deus. Agora vejamos, posso realizar isso com poder, se mantenho alguma ligação com o mundo ou o mundanismo? [Congregação: Não] Se possuo um espírito mundano, com uma disposição e inclinações mundanas, gostaria de saber como vou advertir as pessoas para separarem-se inteiramente do mundo. Como poderá existir alguma força em minhas palavras que leve alguém a agir?... Não importa se você é um pastor ou não, se é um adventista do sétimo dia ou somente um adventista professo,... Gostaria de saber como tornará válida essa profissão, se está de alguma maneira ligado ao mundo em espírito, mente, pensamento, desejos ou inclinações? Não amigo; uma ligação com o mundo menor que a espessura de um cabelo lhe tirará o poder que deve possuir o chamado para advertir a todos contra esse cruel poder mundano, no sentido de os separar completamente dele.” (Id., p. 123).

A mensagem era adequada à crise. Os mensageiros estavam fazendo um chamado para a completa consagração ao Senhor, em linguagem clara e simples:

“É um quadro maravilhoso aquele descrito pelo irmão Porter há pouco tempo atrás; o profeta procurou aos que davam essa mensagem, porém procurou muito abaixo. O anjo falou: ‘Olha mais para cima’. Graças a Deus, estão acima do mundo. E é de lá que eles pertencem. Mais acima do mundo, em uma base estabelecida por Deus para que andem nela. E todos aqueles que estão tão abaixo, que é necessário ter que olhar para o mundo para vê-los, estes não podem dar a mensagem do terceiro anjo. Devemos estar acima do mundo. Portanto, livremo-nos dele, irmãos.” (Id.).

Apelos como este são os que induziram a um fazendeiro de Plainfield, Wisconsin, a vender sua fazenda e entrar para o trabalho do Senhor:

Irmãos, o pior que pode acontecer com um adventista com posses é o fato de Deus ter que passá-lo por alto e procurar algum outro que esteja disposto a fazer aquilo que é necessário. Um adventista que vive para si, é o pior homem deste mundo. Temos chegado ao ponto em que Deus quer que empreguemos tudo o que temos. E quando cremos nisso, nossos recursos e nós mesmos serviremos para Seu uso. E Sua obra rapidamente será concluída, e desta forma não precisaremos mais de recursos. Esta é a situação atual.” (Id., p. 111: Froom, Movement of Destiny, p. 262).

Nunca, desde o clamor da meia noite de 1844, os corações haviam se comovido tão profundamente. Havia começado a chuva serôdia e o alto clamor! Não é estranho que o presidente da Associação Geral dissesse “A presença de Deus está tornando este lugar cada vez mais solene. Penso que ninguém entre nós jamais têm estado numa reunião como esta”. Como você teria se sentido ao ouvir estas palavras?:

“Chegou o tempo para que a terceira mensagem angélica alcance o mundo todo...
Bem, estamos preparados para ir? Sendo está a mensagem, não corresponderia a todo aquele que a professa estar dispostos a ir até o confins da terra, quando Deus chamá-lo?... Se recusarmos o chamado de Deus a ir não importa onde no mundo, nos tornamos indignos da confiança que Deus depositou sobre nós ao nos dar a mensagem do terceiro anjo, não é assim? Isto nos depara uma vez mais com uma consagração tal como nunca antes se viu entre os adventistas. Nos compete diante desta consagração que todo o lugar, família, propriedades, sejam entregues nas mãos de Deus a fim de permitir chamarmos ou enviarmos, ou enviar nossos recursos onde Ele determinar, e fazer o que Ele julgue oportuno conosco...
As coisas como agora estão, exercem um impulso sobre a fé sincera maior do que jamais foi exercido anteriormente... Digo-lhes que atraem o homem. Sinto sua atração em mim. Bem, tudo que posso dizer, irmãos, é: permitamos que exerça sua atração.” (Id. p. 110, 111)

Na mesma sessão o pastor S.N. Haskell tinha o mesmo pensamento. E mais tarde foi até os lugares mais remotos da terra:
“Então que faremos se somos possuídos pela graça? Espero que deixemos nossas casas. Espero que estejemos felizes de deixar nossas casas para nos dedicarmos à causa de nosso Senhor Jesus Cristo, sendo os meios pelos quais a verdade será levada até os confins da terra... Se nosso interesse é limitado, faremos umas poucas orações – e isto está bom; podemos também enviar alguns periódicos – Não está mal, mas quantos de nós nos daremos a nós mesmos, entregando nossos interesses e nossas vidas para ampliarmos de tal maneira a obra de Deus, a ponto de nossas ações estarem em total harmonia com a obra do Senhor Jesus Cristo?” (Id., p. 131).

Alguns consagraram desta maneira seu todo a Jesus. A mensagem tinha poder. Até foram re-batizados pastores ordenados.1 Esse tipo de consagração falará aos corações dos pastores:

“Essa é a questão, não quem será o maior na Associação, ou quem será o maior na igreja, ou quem terá este ou aquele cargo na Igreja ou no Conselho. Certamente não, mas quem se aproximará mais a semelhança com Cristo?” (Id., p. 169).

É aqui onde nós estamos hoje? Veremos em nossa geração a glória de Deus empenhada na consumação de sua obra?

Qual era o conteúdo da mensagem de 1888, para ter tão grande poder de comover os corações?
Pode-se resumir numa palavra: Cristo.

Finalmente, dois pastores adventistas haviam vislumbrado aquilo que deve ser nosso grande tema para o mundo:
“Os adventistas do sétimo dia deveriam destacar-se entre todos que professam ser cristãos, no que diz respeito a levantar a Cristo diante do mundo. A proclamação da mensagem do terceiro anjo exige a apresentação da verdade do sábado. Esta verdade, junto com as demais que dela fazem parte, será proclamada; mas o grande centro de atração, Jesus Cristo, não deve ser deixado de lado. É na cruz de Cristo o lugar onde a misericórdia e a verdade se encontram, e onde a justiça e paz se beijam.
O pecador deve ser levado a olhar para o Calvário; com a simplicidade da fé de uma criança, deve confiar nos méritos do Salvador, aceitar Sua justiça, crer em Sua misericórdia.” (E.G. White, Obreiros Evangélicos, p. 164, 165).

1 W.S. Hayatt foi um deles (Froom, Movement of Destiny, p. 257); Também foram o Dr. Daniel H. Kress e sua esposa (ver Under the Guiding Hand, p. 112,113). 
Capítulo 2 do livro “Introdução à Mensagem de 1888”
de R.J. Wieland. Tradução: C.H.

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