A mensagem de Waggoner e Jones

Todos os sermões e livros escritos sobre Waggoner e Jones em português que a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a IASD movimento de reforma escondem de seus membros.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O QUE É SAIR DE BABILÔNIA?


Sermões nº 12 apresentado na
reunião da Conferência Geral de 1895
A.T. Jones



            O mesmo texto que encerrou o estudo na noite passada será nosso estudo por várias lições ainda por vir. Portanto, se qualquer parte do texto for passado por alto e julgarem que não foi explicado ainda ou não foi obser­vado, apenas tenham em mente que ainda não concluímos o seu exame e cada parte se ajustará por fim. Efésios 2:13-18:
            "Mas agora em CRISTO JESUS, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de CRISTO. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade . . . para que dos dois criasse em Si mesmo um novo homem, fazendo a paz".
            Isso é o que Ele fez para estabelecer a paz. Paz somente é feita por esse meio. E é tudo "em Si mesmo". E Ele fez essa paz, "para que dos dois [judeus e gentios]" criasse para DEUS num só corpo pela cruz, "por inter­médio da cruz, destruindo por ela a inimizade". No alemão é dito "tendo posto à morte a inimizade mediante Si mesmo". "E vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que estavam perto; por­que, por Ele, ambos temos acesso ao PAI em um Espírito".
            Mencionaria novamente, como fiz na noite passada brevemente, que é a separação, a inimizade, que exis­tia entre os judeus e os gentios que está aqui sendo considerada. É verdade que a destruição dessa separação e inimizade é considerada, a remoção disso é estudada e explicada, e também o meio pelo qual é removida e a sua destruição é contada. Mas como fizemos menção na noite passada, CRISTO não passou tempo algum tentando fazer com que judeus e gentios se reconciliassem, por si mesmos. Ele não começou tentando fazê-los concordar em des­fazer suas diferenças, virarem uma nova página e tentarem agir melhor, e esquecerem o passado. Ele não gastou dois minutos nisso, e se tivesse gasto dez mil anos, não teria sido de nenhum valor, porque essa separação, essa inimizade entre eles era somente a conseqüência, o fruto, da inimizade que existia entre eles e DEUS.
            Portanto, a fim de efetivamente destruir toda a árvore do mal e seus frutos, como se apresentava entre eles, Ele destruiu a raiz da coisa toda por abolir a inimizade entre eles e DEUS. E tendo feito isso veio e "evange­lizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que estavam perto".
            Verso décimo-terceiro: Portanto, "agora em CRISTO JESUS, vós, que antes estáveis longe, fostes aproxima­dos pelo sangue de CRISTO. Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um". É verdade que Ele fez tanto ju­deus quanto gentios um, mas primeiro Ele fez outro, a fim de que esses dois, "judeus e gentios", pudessem ser um e antes que pudessem ser feitos um. Portanto, o "ambos" neste verso, de que são feitos um, não é o "ambos" do verso 18. No verso 13 os dois, o "ambos" são DEUS e o homem, que está separado de DEUS esteja longe ou perto.
            Portanto, primeiro, Ele é a nossa paz ao fazer de ambos, DEUS e o homem, um partindo o muro de sepa­ração entre DEUS e o homem, tendo abolido em Sua carne a inimizade; isto é, a inimizade que existe no homem contra DEUS, que não está sujeito à lei de DEUS, nem mesmo pode estar. Isso Ele fez a fim de que em Si mesmo dos dois pudesse criar um novo homem, assim fazendo a paz.
            O novo homem não é criado de dois homens que estão em desavença, mas feito de DEUS e o homem. No início o homem foi criado "à imagem de DEUS". E isso significa muito mais do que a forma de DEUS. Alguém olhando a si próprio seria levado a pensar em DEUS. Ele refletia a imagem de DEUS; DEUS seria sugerido a quem quer que olhasse para o homem. DEUS e o homem eram um. E DEUS e o homem teriam sempre permanecido um também, não tivesse o homem dado ouvidos a Satanás e recebido sua mente, que é inimizade contra DEUS. Essa mente que é inimizade contra DEUS, quando recebida pelo homem, separou-o de DEUS. Agora eles eram dois, e não um. E estando separado de DEUS e em pecado, DEUS não pode vir a ele por si mesmo, pois o homem não pode suportar a glória não velada de sua presença. "Nosso DEUS é um fogo consumidor" para o pecado, e assim, para que DEUS encontre um homem no eu desse homem ou sozinho teria sido somente para consumi-lo.
            Os homens não podem encontrar a DEUS sozinhos e sobreviver. Isso é revelado em Apoc. 6:13-17. O grande dia em que o céu se encolher como um pergaminho, e a face de DEUS for vista por todos os ímpios sobre a Terra, então os "reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" Um homem que está em pecado, um homem em e por si mesmo encontran­do a DEUS, preferiria ter uma montanha sobre si do que estar onde a glória não velada de DEUS resplandeça sobre si.
            Portanto, a fim de que DEUS pudesse alcançar o homem e unir-se a ele uma vez mais; a fim de que DEUS possa ser revelado ao homem uma vez mais, e para que o homem pudesse uma vez mais estar no lugar para o qual DEUS o criou, JESUS deu-Se e DEUS apareceu-Lhe com Sua glória tão velada pela carne humana que o homem pecador pode olhar para Ele e viver. Em CRISTO o homem pode encontrar a DEUS e sobreviver, porque em CRISTO a glória de DEUS está tão velada, tão modificada, que o homem pecador não é consumido. Tudo de DEUS está em CRISTO, pois "nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade". Quando JESUS veio para levar o homem uma vez mais para DEUS, Ele velou essa glória consumidora de modo que agora os homens podem olhar para DEUS tal como Ele é em toda a Sua glória em JESUS CRISTO e viver. Por seu turno, fora de CRISTO, em Si mesmo, sozinho, nenhum homem pode ver a DEUS e viver. Em CRISTO, fora de Si mesmo, nenhum homem pode ver a DEUS e não viver. Em CRISTO, ver a DEUS é viver, pois nEle está a vida, e a vida é a luz dos homens.
            Assim, DEUS e o homem, pela inimizade, estavam separados, mas CRISTO veio entre os dois e nEle o homem e DEUS se encontraram, e quando DEUS e o homem se encontram em CRISTO, então os dois--"ambos"--são um, e há um novo homem. E somente assim a paz é feita. De modo que em CRISTO, DEUS e o homem são tornados um; conseqüentemente, CRISTO é a expiação entre DEUS e os homens. Em inglês a palavra para expiação é atone­ment que teria o sentido de "numa só mente" (at-one-ment). Por conseqüência, o SENHOR JESUS deu-Se a Si e em Si aboliu a inimizade para fazer nEle de dois--DEUS e o homem--um novo homem, fazendo a paz.
            Agora atentemos ao outro "ambos" do verso 18: "Porque, por ele, ambos [tanto judeus como gentios] temos acesso ao PAI em um Espírito". Tendo feito a reconciliação "vindo, evangelizou paz a vós outros que está­veis longe [os gentios], e paz também aos que estavam perto [os judeus]".
            Os judeus estavam perto "por causa de seus pais". Por si próprios, fiados em seus próprios méritos, os judeus se haviam separado de DEUS e estavam tão distanciados quanto os gentios. Mas DEUS havia feito promessas a seus pais e eles eram amados por causa dos pais. E tinham tido a vantagem, pois a eles pertenciam "a adoção, e a glória, e os concertos, e a dádiva da lei, e o serviço de DEUS, e as promessas". Nesse sentido, e por essa causa, estavam perto. E ele pregou paz aos que estavam perto; eles careciam que lhes fosse pregada paz.
            Assim, "mediante Ele ambos temos acesso ao pai em um Espírito".
            Agora, sigamos esta expressão, de que a inimizade é destruída em Si mesmo.
            "Tendo abolido em Sua carne a inimizade"--tendo morto a inimizade em Si mesmo. Em Si mesmo para que de dois criasse um, fazendo a paz. É tudo de Si mesmo. Nenhum homem pode ter o benefício da exceção nEle. Se houver aqueles na audiência a quem isso pareça obscuro e que diria, "não posso compreender isso" e se saísse daqui e buscasse considerá-lo como se fosse algo que tente dominar de fora dele, eu diria a tais pessoas, você nunca o atingirá dessa maneira. Não é desse modo que se faz isso. É nEle que é feito, não fora dEle. NEle somente isso pode ser conhecido, não fora dEle, de modo algum. Submeta-se a Ele, oculte o seu eu nEle, então se fará suficientemente claro. Somente nEle é feito, e somente nEle pode ser conhecido. Agora estudaremos como foi cumprido nEle. E sabendo isso, saberemos como foi feito para cada um de nós nEle.
            Primeiro de tudo, eu chamaria a especial atenção para essa expressão "nEle". Esta expressão não é em­pregada nas Escrituras e eu nunca espero utilizá-la em qualquer sentido que deixe implícita a idéia de ser nEle, como num receptáculo, ou reservatório, a que nos dirijamos e de onde retiremos o que talvez necessitemos e o pomos sobre nós e a nós o apliquemos. Não, de modo algum! Não é assim. Jamais se obterá dessa maneira. Não está lá como num receptáculo a quem devemos ir e retirar o que pudermos e desfrutá-lo e aplicar a nós e dizer: "Agora o obtive".
            Não, está nEle, e nós próprio devemos estar nEle, a fim de o ter. Devemos mergulhar nEle. Nosso eu deve perder-se nEle. Então Ele nos terá. Somente nEle é. Somente o encontramos nEle. E mesmo quando nEle o obtivermos, é somente por termos sido dominados nEle. Nunca devemos pensar em ir e ali obtê-lo e retirá-lo e usá-lo nós próprios. Portanto, onde as Escrituras empregam a expressão "nEle" significa somente isso para tudo. Tudo está nEle e o obtemos estando nós próprios nEle.
            Muitas pessoas cometem aqui um erro. Dizem: "Oh sim, eu creio nEle. Sei que está nEle e dEle obte­nho". E propõem-se a tomá-lo dEle e aplicá-lo a si próprios. Então em breve tornam-se satisfeitos de que são jus­tos; são santos, e vão ao ponto de, em sua própria estima, torna-se um fato estabelecido de serem perfeitos e sim­plesmente não poderem pecar, e até estão acima da tentação. Tal ponto de vista certamente trará somente tal resul­tado, porque é fora dEle. E eles próprios é que o fazem.
            Mas não é por esse caminho. Isso ainda é o eu porque está fora de CRISTO. E "sem Mim", isto é, fora dEle, "nada podeis fazer", porque somos nada. NEle é e somente nEle. E somente ao estarmos nEle podemos tê-lo ou tirar proveito disso. As Escrituras tornarão isso tudo claro. Julguei melhor apresentar essa explicação a fim de que nos estudos que virão sobre o que é feito nEle e o que é dado está nEle, não cometamos o erro de pensar que encontraremos nEle e tirar dali. Não. Nós temos que ir a Ele para obtê-lo. É ali onde se acha, e quando va­mos a Ele devemos entrar nEle pela fé e o ESPÍRITO de DEUS e ali permanecer e sempre "ser achado nEle". Fil. 3:9.
            Volvamo-nos ao livro de Hebreus agora e estudemos os primeiros dois capítulos para completar esta li­ção. A questão agora é, como CRISTO aboliu essa inimizade um Sua carne", "em Si mesmo"? Primeiramente decla­rarei o argumento em ambos os capítulos a fim de que possamos cobrir os dois capítulos no curto tempo que te­remos.
            Nesses dois capítulos e até o quinto versículo do segundo está o contraste entre CRISTO e os anjos, com CRISTO muito acima dos anjos como DEUS é, porque Ele é DEUS. No segundo capítulo, do quinto verso em diante, há o contraste entre CRISTO e os anjos, mas com CRISTO muito abaixo dos anjos, como os homens o são, porque CRISTO Se torna homem.
            Este é o esboço dos dois capítulos. Essa é a declaração do caso. Leiamos o capítulo:
            "Havendo DEUS, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplandor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder".
            Ou, como diz a tradução alemã, "sustendo todas as coisas pela Sua poderosa palavra". Isso dá outra dire­ção ao sentido; não simplesmente a palavra do Seu poder, mas Ele leva todas as coisas, sustem-nas, por Sua pode­rosa palavra. Poderíamos fazer uma pausa por um momento nesta declaração. Quantas coisas são sustidas por Sua palavra? Todas as coisas. O mundo? Sim. O sol? Sim. Todos os céus estrelados? Sim. A palavra que os fez ainda os sustém? Sim. Podemos ser enumerados entre essas "todas as coisas"? Certamente que sim. Irá Ele suster a to­dos aqui por Sua palavra poderosa? Essa é a única maneira por que Ele sustém alguma coisa.
            Já se sentiu incomodado alguma vez em sua vida, quando levantou-se de manhã com o sol, por temer que o sol fosse despencar de seu lugar antes do meio-dia ou antes do ocaso? Oh, não. Já se sentiu incomodado ao le­vantar-se com o sol por temer que você mesmo, como um cristão, pudesse escorregar do lugar antes do ocaso? Você sabe que já lhe ocorreu. Por que não lhe incomodou na mesma proporção o pensamento de o sol cair de seu lugar antes do ocaso, escorregando e caindo como poderia dar-se com você? Oh, logicamente ninguém jamais tem em mente tão ansiosas preocupações do tipo--por que o sol não cai? Ele está sempre lá e ali há de permanecer.
            Mas é perfeitamente justo que o cristão pergunte: Por que o sol não despenca de seu lugar? E a resposta é--a "poderosa palavra" de JESUS CRISTO sustém o sol lá e fá-lo seguir o seu curso. E esse mesmo poder deve sus­ter o crente em JESUS. Essa mesma palavra deve suster o crente em JESUS e este deve depositar confiança em que assim se dará, assim como Ele sustém o sol e a lua. A mesma palavra poderosa deve suster o cristão no seu curso de ação, precisamente do mesmo modo como Ele sustém o sol em sua órbita. O cristão deve depositar confiança nessa palavra, crer que ela o susterá, ao depositar confiança em que essa palavra irá suster o sol, descobrirá que essa palavra o susterá tal como sustém o sol.
            Se pensar nesta passagem amanhã cedo quando se levantar, lembrará que DEUS está sustendo o sol. Você não se maravilhará com isso, nem ficará na expectativa, ou observando se o sol irá despencar de seu lugar ou não. Você simplesmente irá dedicar-se a suas atividades com a mente sobre o trabalho  e deixará a sustentação do sol inteiramente a cargo de DEUS, a quem isso pertence. Também amanhã cedo quando levantar-se com o sol, apenas esperará que a mesma palavra poderosa o susterá como ocorre com o sol. Deixe esta parte com DEUS também e prossiga com suas ocupações com todas as suas forças e concentre sua mente nessas tarefas. Deixe que DEUS a­tenda aquilo que Lhe compete e aplique a mente naquilo que Ele lhe designou fazer. E assim sirva a DEUS "com toda a mente". Não podemos evitar sempre de cair. Não podemos suster-nos. E Ele não atribuiu tal tarefa a cum­prir.
            Isso não entra em contradição com o texto que diz: "Aquele que está de pé, cuide que não caia" porque desse modo o homem está confiando em que DEUS há de sustê-lo e não depende de seus próprios esforços. E aque­le que constantemente tem em mente que DEUS o está sustendo e que ele deve ser sustido não irá vangloriar-se de sua capacidade de permanecer de pé. Se eu tivesse que ser carregado para cá nesta noite, inteiramente desajudado e dois ou três dos irmãos tivessem que aqui permanecer para me suster, não seria muito coerente que eu dissesse: "Vejam como eu posso me suster". Eu não estaria firme em pé. Eu não poderia firmar-me. No exato momento em que eles me soltassem, eu cairia.
            É precisamente assim que se passa com o cristão. A palavra de DEUS declara do cristão: "Para o seu pró­prio SENHOR está em pé ou cai". Rom. 14:4. E o homem a quem DEUS está sustendo, que está confiando em DEUS para sustê-lo, e que sabe que é somente DEUS quem o está fazendo permanecer de pé--é impossível que esse ho­mem comece a dizer: "Estou agora firme em pé, e portanto não há perigo de que eu caia". Haverá qualquer peri­go de um homem cair enquanto DEUS o sustém? Logicamente, não. É somente quando ele se desvencilha das mãos do SENHOR e começa a tentar manter-se em pé, e então se vangloria de que pode ficar firme, é então que há não somente o perigo, mas o fato ocorre. Ele já caiu. Ele se desvencilha da mão de DEUS e está prestes a cair.
            Agora, prosseguindo com Hebreus 1:
            "Depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-Se à direita da Majestade nas alturas".
            Quando Se assentou Ele à destra de DEUS? Há quanto tempo atrás? Lá atrás, ao erguer-Se dentre os mor­tos e foi para o céu--quase dezenove séculos atrás. Mas, observem, Ele havia purificado os nossos pecados--o tempo verbal é o passado--e depois assentou-Se". Está contente com isso? Está contente de que Ele purificou os seus pecados há tanto tempo assim? NEle estão. NEle o encontramos. Agradeçamos-Lhe por isso. A Palavra as­sim o diz.
            "Tendo-Se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és Meu Filho, Eu hoje Te gerei? E outra vez: Eu Lhe serei PAI, e Ele Me será Filho? E novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de DEUS O adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O Teu trono, ó DEUS, é para todo o sempre".
            O que é o Seu nome? Como o PAI O chama? De DEUS. "O Teu trono, ó DEUS". Então, esse é o Seu no­me. Como o obteve? O verso quatro: "Tendo-se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles". Você e eu temos um nome que recebemos por herança. Podemos ter quatro ou cinco nomes, mas somente temos um nome recebido por herança. E esse é o nome de nosso PAI. E esse nome o temos tão logo existimos e apenas porque existimos. Pelo próprio fato de nossa existência, temos esse nome; ele nos pertence por natureza. O SENHOR JESUS "herdou" este nome de "DEUS". Então esse nome Lhe pertence tão-só porque Ele existe. Pertence-Lhe por natureza. Qual é a Sua natureza, então? Precisamente a natureza de DEUS. E DEUS é o seu no­me, porque isso é o que Ele é. Ele não era algo mais e daí assim designado para fazer isso, mas Ele era isso e foi chamado de DEUS, porque é DEUS.
            "Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso DEUS, o Teu DEUS, Te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos Teus companheiros".
            Falando ainda, o PAI diz:
            "No princípio, SENHOR, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das Tuas mãos; eles perece­rão; Tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual vestido, também, qual manto, os enrolarás, como vestidos serão igualmente mudados; Tu, porém, és o mesmo".
            Nenhuma mudança com Ele. Observem a conexão nestas palavras: "Eles perecerão"; "Tu permaneces"; "eles . . . serão . . . mudados; Tu, porém, és o mesmo". Quando esses perecem e se vão, não há passagem de tempo para Ele--Tu permaneces. Quando esses são enrolados qual vestes, e mudados, não há mudança nEle,--"Tu . . . és o mesmo".
            "Os Teus anos jamais terão fim. Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à Minha direita, até que Eu ponha os Teus inimigos por estrado dos Teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão e desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? a qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo SENHOR, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando DEUS testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do ESPÍRITO SANTO segundo a Sua vontade".
            Ocorre aí o contraste entre CRISTO e os anjos. E onde está CRISTO no contraste? Onde está DEUS, com os anjos O adorando. E se a palavra de um anjo era firme e recebia uma justa recompensa e justiça quando desconsi­derada, como escaparemos se negligenciarmos a palavra dAquele que é mais alto do que os anjos? Como escapa­remos se negligenciarmos a Palavra de DEUS proferida por Ele mesmo?
            Agora, volvamo-nos ao outro contraste. Hebreus 2:5:
            "Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando".
            Há aquelas duas palavras sobre que falamos na noite passada. DEUS disse que poria inimizade entre o homem e Satanás. E isso dá ao homem uma chance de escolher que mundo será o seu. Temos escolhido o mundo que há de vir. Aos anjos Ele não pôs em sujeição esse mundo tampouco; este é o tema de que está tratando. O mundo por vir que temos escolhido não é posto em sujeição para os anjos.
            "Antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? ou o filho do homem, que o visites?"
            Agora, qual é o propósito, qual é a força, de colocar a palavra "antes" ali? Ele não o pôs em sujeição aos anjos, mas disse assim e assim do homem. Sugeriria, então, que o pôs em sujeição ao homem? O que pensa? Ve­jamos novamente. "Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando; antes. . ." A que parte da declaração se refere esse "antes"? Uma conjunção. A conjunção serve para unir duas partes de uma sentença. Mas esta é uma conjunção de um tipo peculiar, uma conjunção disjuntiva. Uma junção é uma unificação, conjunto é reunir junto, disjuntar é separar. Então, aqui está uma palavra que tanto une quanto separa. É uma conjunção no que une duas cláusulas; é um disjuntivo no que separa os pensamentos que estão nas duas sentenças ou cláusulas, como seja o caso.
            Muitas pessoas dizem: "Eu creio na Bíblia, mas..."; "Sim, eu creio que o SENHOR perdoa pecados, mas..."; "Sim, eu confessei os meus pecados, mas..." Esse "mas" os desune de tudo quanto disseram; revela que não crêem absolutamente no que disseram. O que são as duas coisas, portanto, que estão separadas por esse "an­tes" em Hebreus 2:6? Primeiro, quem são as duas pessoas separadas pelo "antes"? Uma são os anjos e a outra é o homem Ele não pôs em sujeição aos anjos o mundo que há de vir, mas o pôs em sujeição a alguém, e esse alguém é o homem. Estudemos mais essa bendita verdade.
             "Antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele Te lembres? ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das Tuas mãos]. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas". Mas vemos a JESUS.
            Onde vemos JESUS? "Tendo sido feito um pouco menor que os anjos". Aqui ocorre o contraste novamente entre CRISTO e os anjos. No outro contraste vimos a JESUS mais elevado do que os anjos; aqui vemo-Lo menor do que os anjos. Por que? Porque o homem foi feito menor do que os anjos e pelo pecado inferiorizou-se ainda mais. Agora vemos certamente como é verdade que como JESUS estava onde DEUS está, tão certamente Ele veio para onde o homem está.
            Há outro pensamento que desejamos ajustar a esse. Aquele que está com DEUS onde DEUS está, está com o homem onde o homem está. E Aquele que estava com DEUS como DEUS está, está com o homem como o ho­mem está. E assim certamente como Sua natureza de DEUS anterior, igualmente é Sua a natureza do homem aqui.
            Leiamos este bendito fato agora nas Escrituras, e isso encerrará a lição para esta noite. O verso décimo:
            "Porque convinha que Aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos fi­lhos à glória, aperfeiçoasse por meio de sofrimentos o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só".
            CRISTO santifica, e são os homens os santificados, e quantos há deles? Um. Foi CRISTO e DEUS no céu, e quantos havia deles? Um em natureza. Como está Ele com o homem na terra e quantos há deles? Um, "vêm de um só".
            "Por isso  é que Ele não Se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: A meus irmãos declararei o Teu nome, cantar-Te-ei louvores".
            Esse tempo em breve chegará, quando CRISTO no meio da igreja conduzirá o cântico. Lembrem-se, isso é CRISTO falando nessas citações. "Eu porei nEle a Minha confiança". Este é CRISTO falando--através dos Salmos, também.
            "Eis aqui estou Eu, e os filhos que DEUS Me deu. Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois Ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mes­mo convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos".
            Aquele que era um com DEUS tornou-Se um com o homem. Prosseguiremos nesta reflexão amanhã à noi­te.

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