A mensagem de Waggoner e Jones

Todos os sermões e livros escritos sobre Waggoner e Jones em português que a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a IASD movimento de reforma escondem de seus membros.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A HUMANIDADE DE CRISTO EXPLICADA


Que Espécie de Homem Foi Jesus?

Jesus ‘não cometeu pecado e nem dolo algum se achou em Sua boca.’ (1a Pedro, 2.22). Para tanto, valeu-Se de alguma vantagem, ou condição, que não esteja disponível a nós? Ao ser criado, Adão possuía uma natureza humana perfeita, com tendências e inclinações ao bem; estava sob o governo da lei do amor. Entretanto, após pecar, sua natureza tornou-se pecaminosa, com tendências e inclinações ao mal: governada pela lei do egoísmo.
E Jesus? Qual natureza humana assumiu? A do Adão antes da queda ou a do Adão depois da queda? Viveu Ele uma vida perfeita em carne santa ou em‘semelhança de carne pecaminosa’? Precisou Ele também ‘negar o Seu eu humano’, ou estava Ele imune, isento das tendências ao mal hereditárias?

Como sabemos, Jesus esvaziou-Se de Suas características divinas a fim de viver entre nós. “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,” (Filipenses 2.6-7 ) Ele esvaziou-Se:
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

1.      De Sua onipotência. Por um lado Jesus afirmou que “Por Mim mesmo, nada posso fazer” (João 5.30), e por outro: “Para Deus tudo é possível.” (Marcos 10.27). Logo, Ele pôs de lado Sua onipotência divina a fim de viver entre nós. Renunciou temporariamente a ela. “Nosso próprio Salvador, quando suportando a prova pela humanidade, reconheceu que, de Si mesmo, nada podia fazer.”1

2.      De Sua onisciência. Lemos em Lucas 2.52: “E crescia Jesus em sabedoria ...”. Se Ele não tivesse Se esvaziado de Sua onisciência divina nunca teria tido necessidade de crescer em sabedoria.

3.      De Sua onipresença: Como homem estava limitado a estar em apenas um lugar, por vez.
Suas qualificações e atributos como Deus foram voluntária e temporariamentepostos de lado, a fim dEle poder viver como um de nós. A Divindade permaneceu imanente2 na natureza humana pecaminosa: ‘Deus conosco’!
Mas que tipo de homem foi Jesus? Qual foi sua natureza humana? A de Adão antesda queda ou a de Adão depois da queda? Em outras palavras: Tinha Ele, em Sua natureza humana, tendências hereditárias ao mal ou estava imune, isento delas?
Eis como Jean R. Zurcher expõe o assunto:3
A posição de que Cristo tomou a decaída natureza humana têm tido apenas uns poucos defensores através da história do Cristianismo, e aqueles que a ensinavam foram freqüentemente considerados hereges. Isso precisa ser prontamente reconhecido. Mas a verdade não depende do número de seus seguidores.[‘A popularidade ou o número farão com que alguém se torne inocente?’]4 Muitas verdades bíblicas essenciais têm sido distorcidas através dos séculos, em razão de idéias preconcebidas ou conceitos errôneos, resultando num ensino completamente estranho às Escrituras.
O problema da natureza e destino da humanidade é o primeiro exemplo. Ao aceitarem a idéia platônica da imortalidade da alma, os pais da Igreja perpetuaram erros graves com respeito à morte, ressurreição e vida eterna. Do mesmo modo, por desconsideração às informações do Novo Testamento sobre o assunto da natureza humana de Cristo, foram formuladas teorias arbitrárias que resultaram em doutrinas defeituosas.

A Evidência Neotestamentária
Para resolver o problema, é preciso iniciar com uma cuidadosa análise das informações. Um problema bem entendido está meio resolvido. Os dados escriturísticos claramente definidos sobre os quais a Cristologia se apoia, podem ser sintetizados como um paradoxo: Cristo participou da ‘semelhança de carne pecaminosa’, sem compartilhar de nenhum pecado da humanidade.
Essa dupla afirmação está colocada no coração do prólogo do evangelho de João. Por um lado, o apóstolo declara: ‘O Verbo Se fez carne’, e por outro afirma que o Verbo ‘habitou entre nós ... cheio de graça e verdade’ (João 1.14). O paradoxo surge do fato de que, conquanto Se tenha tornado humano, em estado de decaimento, Cristo, não obstante, viveu entre nós sem pecado, em perfeita obediência à lei de Deus.
João torna essa verdade a pedra de toque de sua Cristologia: ‘Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo ...’ (1a João 4.2 e 3).
A palavra carne, em João, tem geralmente conotação pejorativa. Seres humanos nascem de acordo com ‘a vontade da carne’ (João 1.13), e julgam ‘segundo a carne’ (João 8.15). E João conclui: ‘Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo.’ O próprio Jesus sempre opôs sistematicamente ‘carne’ e ‘Espírito’. ‘O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.’ (João 3.6) ‘O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita.’ (João 6.63)
Paulo também enfatiza, em suas epístolas, a oposição entre a carne e o Espírito na pessoa de Cristo. Na introdução de sua epístola aos Romanos, ele define a dupla natureza de Cristo nestes termos: ‘... nasceu da semente de Davi segundo a carne; e que com poder foi declarado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade.’ (Rom. 1.3 e 4). Então, apelando à grandeza do ‘mistério da piedade’, Paulo declara uma vez mais os fundamentos da Cristologia: ‘Aquele que Se manifestou em carne, foi justificado em espírito ...’ (1a Tim. 3.16)
Não satisfeito em afirmar que Cristo é, ao mesmo tempo, carne e Espírito – isto é, verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus – Paulo diz que Deus enviou ‘... Seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado’, assim ‘na carne condenou o pecado’ (Rom. 8.3). Qualquer que seja o significado dado à palavra ‘semelhança’ [homoioma], isso não significa que a carne de Cristo seria diferente daquela da humanidade em Seu nascimentoJesus, todavia, não era como Adão antes da queda, pois Deus não criou Adão ‘em semelhança da carne pecaminosa’.
Em sua epístola aos Filipenses, Paulo destaca o paradoxo existente entre a realidade da condição humana e a perfeição da obediência de Jesus até o fim de Sua vida. De um lado, o apóstolo acentua a plena e total participação de Cristo na natureza humana: ‘Ele tomou ‘a forma de servo’ (literalmente escravo); Ele Se tornou ‘semelhante aos homens’ e foi ‘obediente até à morte, e morte de cruz’ (Fil. 2.7 e 8). Em outras palavras, embora ‘nascido de mulher, nascido sob a lei’ como todos os seres humanos, por Sua perfeita obediência à Lei de Deus, Cristo não apenas ‘condenou o pecado na carne’ (Rom. 8.3), mas tornou-Se o Redentor daqueles que estão ‘sob a lei’ (Gál. 4.5). Com efeito, escreveu Paulo: ‘Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.’ (Rom. 8.2).
A epístola aos Hebreus realça esse duplo aspecto da pessoa e obra de Cristo. ‘Pois, na verdade, não presta auxílio aos anjos, mas sim à descendência de Abraão. Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a Seus irmãos ...’ (Heb. 2.16 e 17). Uma vez que os irmãos ‘são participantes comuns de carne e sangue, também Ele, semelhantemente, participou das mesmas coisas’ (verso 14). Portanto, Ele ‘em tudo foi tentado, mas sem pecado’ (Heb. 4.15). Essa foi a condição necessária para o cumprimento de Sua missão de servir como ‘um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados’ (Hebreus 2.17-18).
Esses são os dados bíblicos fundamentais da Cristologia. Ninguém tem o direito de debilitar ou alterar essas informações com argumentos faltos de idoneidade bíblica.” 5

Homoioma’ [homoiomati] – o que significa realmente?
Segundo Paulo, Jesus veio ‘em semelhança [homoioma] de carne pecaminosa’(Romanos 8.3). “A intenção não é, de modo algum, atrair a atenção para o fato de que, conquanto o Filho de Deus tenha verdadeiramente assumido sarx hamartias [carne pecaminosa], Ele nunca Se tornou sarx hamartias e nada mais, nem mesmo sarx hamartias habitada pelo Espírito Santo."
"Entendemos ... que o pensamento de Paulo – concernente a seu uso de homoioma[semelhança] aqui –, seja de que o Filho de Deus assumiu idêntica natureza decaída à nossa, mas que, em Seu caso, essa natureza humana decaída nunca foi integral nEle – Ele nunca cessou de ser o eterno Filho de Deus." 6

Por qual razão ‘essa natureza humana decaída nunca foi integral nEle’? Porque Ele sempre teve também Sua natureza divina, fato que nunca acontece ao ser gerado qualquer outro bebê.

Ele também travou cruentas batalhas com o eu e as tendências potencialmente hereditárias, mas nunca permitiu que uma inclinação se tornasse pecaminosa (ver Tiago 1.14 e 15). Cristo Se mantinha dizendo 'não!', enquanto todos os outros seres humanos diziam 'sim!'” 7

Ele não permitiu que uma inclinação ao mal gerasse pecado.
Compreendamos bem: “Certamente Ele era diferente de nós, porque nós somos pecadores caídos e Ele era sem pecado. O que era ‘diferente’, entre nós [e Ele]8, era o Seu caráter, a Sua justiça. O que é ‘semelhante’, entre nós [e Ele]9, é a Sua natureza que Ele‘tomou’, Sua hereditariedade genética e a nossa.”10

O apóstolo [Paulo, em Rom. 8.3] limitou a semelhança à carne na qual habitava a ‘lei do pecado’, e onde ‘a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida’(1a João 2.16) dominavam.
De acordo com Tiago 1.15, a concupiscência [desejos, tendências, inclinações, pensamentos maus]11é a mãe do pecado, e não pecado em si mesma, assim como o pecado é pai da morte e não a própria morte. As concupiscências são tentações às quais todos os seres humanos estão sujeitos, e que o próprio Jesus teve de enfrentar, uma vez que Ele foi ‘tentado em todos os pontos, como nós’ (Heb. 4.15). Mas, diferentemente do que acontece conosco, Cristo nunca permitiu que as más tendências, embora hereditárias e potencialmente pecaminosas, se tornassem pecado.”12
Em nossa natureza humana, nós temos duas categorias de tendências, inclinações ao mal:

1.      as hereditárias: que são características da nossa natureza humana que recebemos ao sermos gerados.
2.      as cultivadas: que passamos a possuir a partir do instante em que cedemos ao mal, pecamos.
Já Jesus, em razão dEle nunca ter cedido ao mal, possuiu apenas as tendências, as inclinações ao mal HEREDITÁRIAS. Não existiu nEle nenhuma sombra de tendências cultivadas ao mal, pois Ele nunca cedeu ao mal, nunca pecou, nunca corrompeu Sua natureza humana: nunca pôs Sua ‘máquina de pecar em funcionamento’. Ele sempre falou NÃO às Suas tendências naturais ao mal, as quais Ele odiou como nenhum outro ser humano jamais o fez. Se o crente ‘chora’ (Mateus 5.4) também devido às suas tendências ao mal que permanecerão com ele até a morte [ou até o retorno de Cristo], quanto mais Jesus!
Em Sua natureza humana também existia a mesma atração natural, hereditária ao mal, tal qual existe em nós desde o nascimento, mas não houve jamais outro ser humano que odiasse tanto esta atração ao mal como Jesus odiou a Sua: “Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com o óleo de alegriacomo a nenhum dos Teus companheiros.” (Salmo 45.7).
"Aqui a provação de Cristo foi muito maior do que a de Adão e Eva, pois Ele assumiu nossa natureza, decaída mas não corrompida, e que não se perverteria a menos que Ele aceitasse as palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus."13

Homoioma – identidade, similitude, semelhança (Romanos 8.3-4) – vem dehomós [em grego]. Uma folha não é exatamente igual à outra, ainda que ambas sejam da mesma árvore. Não são exatamente iguais, são semelhantes.
Mesmo um irmão de sangue não herda de seus pais uma natureza humana pecaminosa igual a dos outros demais irmãos, tanto que um pode receber uma acentuada tendência a ser colérico, outro a ser sangüíneo, ou fleumático ou melancólico. Assim, todos nós recebemos naturezas humanas pecaminosassemelhantes, mas não exatamente iguais.
Eis outros exemplos do significado do radical ‘homós’:
Homossexual... mesmo sexo;
Homocentrocentro comum de várias circunferências;
Homocíclicodiz-se de um composto em cuja molécula existe um ciclo constituído por átomos idênticos;
Homofilodiz-se da planta de folhas ou folíolos semelhantes;
Homogêneocujas partes todas são da mesma natureza;
Homogeniasemelhança de partes, devida à origem comum;
Homógrafoque tem a mesma grafia;
Homopétaloque tem pétalas semelhantes;
Homotérmicoque tem a mesma temperatura.

Como se comprova, o radical ‘homós’ está concretamente relacionado com igualdade, identidade, cópia, similitude, uniformidade. Assim sendo, por qual motivo ‘homós’, na palavra Homoioma, em Romanos 8.3-4, deveria significar diferença, dissemelhança ou aparência, como se pretende no pré-lapsarianismo?

Mais Fundamentos Bíblicos
·         Rom 1.3“... com respeito a Seu Filho, o Qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi.” Toda a descendência de Davi possuiu a mesma carne com tendências ao mal, inclusive Jesus. “Adão foi tentado pelo inimigo e caiu. Não foi um pecado enraizado que o fez ceder, pois Deus o fez puro e reto e à Sua própria imagem. Ele era tão irrepreensível quanto os anjos perante o trono. Não havia nele princípios corruptos nem tendências para o malMas quando Cristo veio para conhecer as tentações de Satanás, Ele carregou a ‘semelhança de carne pecaminosa’.”14

·         Levítico 25.47-49: “Quando o estrangeiro, ou peregrino, que está contigo, se tornar rico, e teu irmão junto dele empobrecer, e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou a alguém da família do estrangeiro, depois de haver-se vendido, haverá ainda resgate para ele: um de seus irmãos poderá resgatá-lo ...”`; Rute 2.20: “... Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado, e um dentre os nossos resgatadores.”; Rute 3.12: “Ora é muito verdade que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador há mais chegado do que eu.” O direito de ser resgatador daquele que havia caído em desgraça era, primordialmente, umprivilégio do parente mais próximo, do mais chegado.
‘parente resgatador’ é um dos símbolos de Cristo. Para ser nosso Resgatador do pecado, Cristo necessitava ser nosso parente próximo, e para tanto veio em ‘semelhança de carne pecaminosa.’ (Rom. 8.3), idêntica à nossa. Ele não poderia exercer o direito de ser nosso Resgatador, se tivesse vindo ‘em carne santa’, pois, neste caso não teria sido o nosso ‘parente próximo’“Sentimos a necessidade de apresentar a Cristo, não como um Salvador que estava longe [como um Adão antes da queda]15, mas pertoà mão [como um Adão depois da queda].”16

·         Daniel 8.17: “Veio, pois, perto de onde eu [Daniel] estava; e vindo ele fiquei amedrontado, e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.” Daniel 7.13: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-Se ao Ancião de dias, e O fizeram chegar até Ele.” Lucas 19.10: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido.” Daniel, um homem com natureza humana com tendências hereditárias ao mal, é chamado ‘filho do homem’. Jesus disse de Si mesmo: ‘Porque o Filho do homem ...’, termo que ocorre 86 vezes nos evangelhos.

·         Lucas 1.35“Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso também o Ente santo que há de nascer, será chamado filho de Deus.” Nenhum outro ser humano possuiu duas naturezas. Jesus é ‘monogenes’ (São João 1.18), isto é: único em Sua classe, gênero, posição, espécie, status em todo o Universo.
Na Bíblia, sempre que a natureza divina une-se à natureza humana tendente ao mal, o produto é um ente santo. Heb. 13.24; Efésios 1.1; Filip. 4.22; 2a Cor. 1.1.
Divindade + humanidade tendente ao mal = Ente santo.

·         João 12.24: “Se o grão de trigo [Jesus], caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto[cristãos]”. Se o ‘fruto’ [cristão] é composto da natureza humana com tendências ao mal + a natureza divina, então, idênticamente, ocorreu com o Grão original.
Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.”17
Este texto é, deveras, muito claro: teria sido ‘uma quase infinita humilhação’, para Jesus ter vindo com a carne humana de Adão ANTES da quedamas Ele veio com a carne de Adão DEPOIS da queda, sujeitando-se à grande lei da hereditariedade.
Somente pela Sua própria sujeição à lei da hereditariedade podia Ele alcançar a medida inteira e verdadeira do pecado. Sem isto não podiam ser postos sobre Ele os nossos pecados realmente cometidos, com o castigo e a condenação pertencentes a eles.”18

·         Apocalipse 3.21“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se Comigo no Meu trono, assim como também Eu venci, e Me sentei com Meu Pai no Seu trono.” Quando Cristo vem viver Sua vida perfeita em nós,novamente une-se uma natureza humana tendente ao mal — a nossa — com uma natureza divina — a dEle. Assim o povo de Deus vencerá como Jesus venceu! Se Ele tivesse feito uso de algum poder indisponível a nós, é óbvio que Ele nunca teria pronunciado aquelas palavras. Então, como herança de nosso pai – Adão – Ele recebeu mesmo uma natureza humana precisamente igual à nossa, e com as mesmas tendências ao mal, como esta com a qual nascemos. Assim, como Ele venceu: todo ser humano também pode vencer! Não há desculpas para continuar pecando.

Cristo ... não transgrediu a lei de Deus em nenhum detalhe. Mas que isso, Ele eliminou qualquer desculpa do homem caído que pudesse alegar alguma razão para não guardar a lei de Deus.”19

Quando Cristo assumiu nossa natureza humana, Ele foi lá em Seu ego divino; mas Ele não manifestou nada de Seu ego divino naquele lugar ... Ele foi nossos egos pecaminosos na carne, e aqui onde todas estas tendências para pecar sendo incitadas na Sua carne para conseguir que Ele consentisse em pecar. Mas Ele não Se manteve sem pecar por Suas próprias forças. Fazer assim teria sido Ele mesmo manifestando-Se contra o poder de Satanás, e isto teria destruído o plano de salvação, mesmo se Ele não tivesse pecado.”20

·         João 1.14“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós ...” Quando ‘o Verbo Se fez carne’, havia apenas uma espécie de carne — a caída, tendente ao mal como a que temos, a qual nos tenta por dentro. Jesus ‘tornou-Se carne, exatamente como nós somos’.21
As palavras de Cristo encorajam os pais a trazer suas crianças a Jesus. Elas podem ser geniosas, e possuir paixões como aquelas da humanidade, mas isto não nos deveria intimidar de as trazer a Cristo. Ele abençoou as crianças que possuíam paixões iguais às Suas próprias.” 22

·         Hebreus 2.14-17“Visto, pois, que o filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele,igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois Ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo convinha que, em todas as cousas, Se tornassesemelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas cousas referentes a Deus, e para fazer propiciação pelos pecados do povo.”
Até que ponto partilhou Jesus de nossa humanidade comum?

Em Sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. Senão, não seria então ‘em tudo semelhante aos irmãos’, não seria como nós, em tudo ... tentado, não venceria como temos de vencer, e não seria, portanto, o completo e perfeito Salvador que o homem necessita e deve ter para ser salvo. A idéia de que Cristo nasceu de uma mãe imaculada ou isenta de pecado, sem herdar tendências para pecar, e por isso não pecou, põe-nO à parte do domínio de um mundo caído, e do próprio lugar onde é necessário o auxílio.
De Sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo filho de Adão – uma natureza pecaminosa. Do lado divino, desde a própria concepção, foi gerado e nascido do Espírito. E tudo isso foi feito para colocar a humanidade num plano vantajoso, e demonstrar que da mesma maneira todo que é ‘nascido do Espírito’ pode obter idênticas vitórias sobre o pecado, mesmo em sua pecaminosa carne. Assim cada um tem de vencer como Cristo venceu. Apoc. 3.21. Sem este nascimento, não pode haver vitória sobre a tentação, nem salvação do pecado. S. João 3.3-7.” 23

·         Hebreus 2.18“Pois naquilo que Ele mesmo sofreu [suportou], tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” Ele pode nos socorrer ‘naquilo em que Ele mesmo’ foi tentado. Se Ele não tivesse sido tentado ‘por dentro’, tal qual nós o somos, não nos poderia agora socorrer nesta categoria de tentações.
Se tivéssemos, em certo sentido, um mais probante conflito do que teve Cristo, então Ele não estaria habilitado a nos socorrer.”24

Quando Ele era tentado, sentia os desejos e inclinações da carne, precisamente como os sentimos quando somos tentados. Pois ‘cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz’. Tiago 1.14. Jesus experimentou isso sem pecado, porque ser tentado não é pecado. É somente quando a iniqüidade é concebida, quando o desejo é acariciado, quando a inclinação é sancionada, - somente então é que se produz o pecado.”25
Jesus nunca, mesmo em pensamento, acariciou um desejo, ou sancionou uma inclinação da carne. Assim, em tal carne como a nossa, Ele foi tentado em todos os pontos como nós somos, contudo sem um traço de pecado, pelo poder divino que havia recebido mediante fé em Deus, Ele, em nossa carne, sufocou integralmente toda in­clinação dessa carne, e efetivamente matou na raiz todo desejo da carne.” 26

Entretanto há quem sustente que Jesus não foi – e nem podia ter sido – tentado com as tentações do homem moderno! Dizem: “Como pôde Ele, que viveu há 2000 anos passados, ser tentado nas coisas existentes apenas hoje em dia?” Se Jesus não tivesse sido tentado como e nas coisas que o homem do Século XXI é tentado, neste caso Ele não poderia nos socorrer atualmente, pois Ele nos pode socorrer apenas ‘naquilo que Ele mesmo sofreu [suportou]’.
Eis um destes arrazoados: “... era impossível Jesus suportar cada tentação que sobrevem aos diferentes tipos de pessoas. Se Ele, por exemplo, era homem, solteiro e pobre como poderia ‘ser tocado pelos sentimentos’ das mulheres, dos casados e dos ricos? Em segundo lugar, além de impossível, seria inútil que Jesus experimentasse cada tentação que cada pessoa enfrenta.”27
É de admirar que, segundo o arrazoado supra, teria sido não apenasimpossível – mas também inútil – Jesus ter sido tentado como a Bíblia afirma que foi! Queira Deus que a seguinte afirmativa possa nos ajudar nesta controvérsia:
É um mistério, que permanece inexplicável aos mortais, que Cristo pôde ser tentado em todos os pontos como nós somos, e ainda estar sem pecado.”28

·         Hebreus 7.26“Com efeito nos convinha um Sumo Sacerdote, assim como Este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus.” Apenas para os que adotam a doutrina da ‘culpa original’ é que este texto poderia apoiar o pré-lapsarianismo. Considere, entretanto, que Jesus foi sem mácula. E Apocalipse 14.5: [“e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.”] nos apresenta os 144.000 também ‘sem mácula’, e ainda tendo natureza humana com tendências hereditárias ao mal. É óbvio que ambos os textos referem-se ao caráter e não à hereditariedade.

·         João 14.30: ‘Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim.’ “Satanás encontra nos corações humanos algum ponto de apoio; é acalentado algum desejo pecaminoso por meio do qual suas tentações impõem o seu poder.” Entretanto “Cristo foi tentado em todos os pontos, à nossa semelhança, mas sem pecado. Ele disse: ‘Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim.’ Que significa isto? Significa que o príncipe do mal não pôde encontrar em Cristo uma posição vantajosa para sua tentação; e pode suceder a mesma coisaconosco.”29
Amigo, como ‘pode suceder a mesma coisa conosco, então não deveríamos NUNCA tentar valer-nos destas palavras de Jesus para apoiar o pré-lapsarianismo! Ou, por ventura, a ‘carne santa’ está disponível a nós, nesta vida?!

·         Hebreus 4.15“Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Em todos os pontos foi tentado como nós o somos. E nós somos tentados também ‘por dentro’“Tomando a natureza humana, habilitou-Se Cristo a compreender as provas e dores do homem, e todas as tentações com que é assediado. Os anjos não familiarizados com o pecado não se podiam compadecer do ser humano nas provações que lhe são peculiares. Cristo condescendeu em tomar a natureza humana, e ‘como nós, em tudo foi tentado’(Heb. 4.25), a fim de poder saber como socorrer a todos os que fossem tentados.’ (Heb. 2.18).”30Obviamente, se Ele tivesse tomado sobre Si a ‘carne santa’ de Adão antes da queda, esta condição em nada Lhe valeria a fim de provar as tentações do homem nascido com tendências hereditárias ao mal.
Tentações e provas nos virão a todos, mas não precisamos nunca ser derrotados pelo inimigo. Nosso Salvador venceu em nosso favor. Satanás não é invencível. ... Cristo foi tentado a fim de saber como ajudar a toda pessoa que houvesse de ser tentada posteriormente [Logo, se Ele não tivesse sido tentado como nós, não saberia como nos ajudar. E, para ser tentado como nós, obviamente necessitava estar nas condições em que estamos: em carne tendente ao mal, como a de Adão, depois da queda.]31. A tentação não é pecado; este consiste em ceder. Para a pessoa que confia em Jesus, tentação significa vitória e maior resistência.”32

·         Mateus 1.21-23“... e Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Deus conosco’, que temos natureza humana tendente ao mal e não Deus com ele, isto é: com Adão antes da queda, o qual tinha ‘carne santa’.

·         Gênesis 3.15“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu Descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar.” Jesus devia ser a ‘semente’ de uma mulher caída, não de uma mãe que não tivesse, em sua natureza humana, as tendências ao mal hereditárias.
Sabemos que, por natureza, o homem é amigo do pecado e inimigo da justiça. Ao homem se converter, é Deus Quem põe nele a inimizade contra o pecado, o mal. Assim dizemos que ‘a inimizade posta entre a semente da serpente[diabo] e a semente da mulher [nós] foi sobrenatural. Com Cristo a inimizade era em certo sentido natural; em outro sentido foi sobrenatural, visto combinarem-se humanidade e divindade.’33
Se Ele tivesse tido ‘carne santa’, obviamente a inimizade contra o mal teria sido natural tanto quanto a Sua divindade como quanto à Sua humanidade! Entretanto, por Deus ter enviado Seu Filho em ‘semelhança de carne pecaminosa’(Rom 8.3), no ego humano de Cristo, a inimizade contra o pecado foisobrenatural; Sua natureza humana foi decaída e egoísta, exatamente como a nossa; termos uma natureza humana egoísta significa termos uma natureza humana em que existe a lei do egoísmo, o que não é sinônimo de sermos egoístas.Ser egoísta tem a ver com o caráter, significa ter cedido àquela lei do egoísmo. Certamente a lei do egoísmo permanecerá em nossa natureza humana até o dia da volta de Jesus, enquanto que, simultaneamente, todo egoísmo pode ser banido de nosso caráter.
Jesus também tinha em Si a mesma natureza humana que nós temos, isto é, a‘máquina de pecar’, mas nunca a pôs em funcionamento, embora fosse tentado tanto por dentro como por fora como nós o somos. E, para não consentir com as tendências ao mal hereditárias, que Ele odiava, oriundas de Sua natureza humana: “Sua vida foi uma de negar o eu ...”34

·         Gênesis 12.3Abraão: “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” ‘... em ti — em tua descendência com natureza tendente ao mal — serão benditas todas as famílias da terra.’ “A natureza de Deus, cuja lei havia sido transgredida, e a natureza de Adão, otransgressor, encontraram-se em Jesus, Filho de Deus e Filho do homem.”35

·         2a Coríntios 5.21“Aquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; ...” “... O fez pecado por nós ...” e não apenas: “O considerou pecado.” “Cristo tornou-Se uma mesma carne conosco, a fim de nos podermos tornar um espírito com Ele.”36

·         Romanos 8.3: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o Seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” Quando Jesus veio, havia apenas uma espécie de carne na Terra: a tendente ao mal. Ele condenou o pecado em ‘semelhança de carne pecaminosa’ por não ter, em nenhum instante, cedido às hereditárias más tendências dela.“Conquanto sentisse Ele toda a força da paixão humana, jamais cedeu à tentação.”37

·         Lucas 9.23“Dizia a todos: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me.”“Siga-Me” = faça o que eu estou fazendo! Se nós O seguimos em negar o ‘eu’, então Ele também devia estar praticando o ‘negar o eu’. De fato, temos que ‘Sua [de Cristo] vida foi uma de negar o eu, na qual a verdade, em todas as suas [dela] nobres qualidades, foi expressa.’38

·         João 5.30“Eu nada posso fazer de Mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O Meu juízo e justo porque não procuro a Minha própria vontade, e, sim, a dAquele que Me enviou.” Ele tinha um ‘eu’ [vontade], mas um‘eu’ do qual Ele disse: ‘Não procuro a Minha própria vontade’. Para tanto negava Seu ‘eu’ humano, como nós devemos fazê-lo.

·         João 6.38“Porque Eu desci do céu não para fazer a Minha própria vontade; e, sim, a vontade dAquele que Me enviou.” Evidencia-se a diferença de vontades. Jesus, para fazer a vontade do Pai, negava Sua própria vontade humana. Então Ele tinha uma luta interna, como nós a temos.
A vontade humana de Cristo não O teria conduzido tão rapidamente ao deserto da tentação, para ser tentado pelo diabo. Ela não O levaria a suportar humilhação, escárnio, vergonha, sofrimento e morte. Sua natureza humana recuava de todas essas coisas, tão decididamente quanto a nossa o faz ... Cristo vivia para fazer o quê? A vontade de Seu Pai celestial."39

·         Mateus 26.39“Adiantando-Se um pouco, prostou-Se sobre o Seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai: Se possível, passe de Mim este cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres.” Evidenciam-se vontades diferentes.

·         Salmo 22.1“Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?” Uma pessoa com natureza não-caída, não-pecaminosa, não poderia proferir um grito tal. “Por isso que o homem caído não podia vencer a Satanás com sua força humana, veio Cristo das cortes reais do Céu para ajudá-lo com Sua força humana e divina combinadas. Cristo sabia que Adão, no Éden, com suas superiores vantagens, poderia ter resistido às tentações de Satanás, vencendo-o. Sabia também que não era possível ao homem, fora do Éden, separado, desde a queda, da luz e do amor de Deus, resistir em suas próprias forças às tentações de Satanás. A fim de conceder esperança ao homem e salvá-lo da ruína completa, humilhou-Se, tomando a natureza do homem para que, com Seu poder divino combinado com o humano, pudesse Ele alcançar o homem onde se acha. Obtém Ele para os caídos filhos e filhas de Adão aquela força que é impossível obterem eles por si mesmos, a fim de que em Seu nome possam vencer as tentações de Satanás.”40

·         Isaías 9.6: “Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu ...” Nasceu-nos um Menino. De nós — a caída, pecaminosa raça humana — nos nasceu um Menino ... “Argumentação enganosa foi uma tentação a Cristo. Sua humanidade a tornou uma tentação para Ele. ... Ele andou pela fé, como nós temos que andar pela fé.... Alguém suportou todas estas tentações antes de nós ... As mais fortes tentações ... do cristão virão de dentro. Cristo [foi] tentado como nós somos.”41

·         João 2.24-25“E não precisava de que alguém Lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana.” Por que não precisava? Porque Ele mesmo tinha uma, e sabia quão pouco confiável era ela.

·         1a Coríntios 2.16 up: “... Nós, porém, temos a mente de Cristo.” Todo ser humano nasce com tendências ao mal hereditárias. Nós, além de carne tendente ao mal – sujeita à lei do egoísmo – passamos a ter também mente pecaminosa, a partir do instante em que cedemos às nossas tendências ao mal. A carne de Cristo foi carne humana, com hereditárias tendências ao mal, mas Sua mente não, pois Ele sempre escolheu o bem, nunca o mal. Se, além de carne tendente ao mal, Ele tivesse tido também uma mente pecaminosa, como a Bíblia nos estimularia a termos a ‘mente de Cristo’? Já a teríamos de antemão!
Quanto à hereditariedade humana Jesus foi semelhante [homoioma] a nós. Quanto ao caráter – tendências cultivadas ao mal – Ele foi diferente, pois Ele nunca cedeu às Suas más tendências hereditárias e nós, ao contrário, cedemos a elas. A boa notícia é a admoestação de Paulo em Rom. 12.2: ‘transformai-vos pela renovação da vossa mente’, isto é: podemos vir a ter a ‘mente de Cristo’. Uma mente que escolhe sempre o bem e rejeita com nojo o mal.
Quando estamos unidos a Cristo, temos a mente de Cristo. A pureza e o amor resplandecem no caráter, a mansidão e a verdade controlam a vida. ... Ao tornar-se umhomem de obediência a Deus, tem ele a mente de Cristo, e a vontade de Deus torna-se a sua vontade.”42
Ter a ‘mente de Cristo’ não significa ter ‘carne santa’, pois Jesus tinha mentesanta ‘em semelhança de carne pecaminosa’.

·         1a João 4.1-6“Amados, não deis crédito a qualquer espírito [ensino], antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo. ...” O anticristo ensina que Jesus não veio em carneQual carne? Considere Romanos 8.3: “... em semelhança de carne pecaminosa.” Ensinar que Jesus veio em 'carne santa', isto é: com a natureza do Adão antes da queda, equivale a negar que veio em 'semelhança de carne pecaminosa'. Precisamente‘Este é o espírito [ensino] do anticristo’ (1a João 4.3). Trata-se da linha divisória entre uma corrente de pensamento que conduz à lealdade a Deus e outra que insinua ser Ele um ser injusto, cruel e arbitrário.

·         2a João 7-11“Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne: assim é o enganador e o anticristo. ...” Por que é grave afirmar que Jesus não veio ‘em semelhança de carne pecaminosa’? “Isto teria destruído o plano de salvação, mesmo se Ele não tivesse pecado.”43